Secretário prevê duplicação da BR-163 de Nova Alvorada a Bandeirantes
Campo Grande está praticamente no meio deste percurso, mas Hélio Peluffo não deixa claro se o anel viário da Capital faz parte desta duplicação
22 NOV 2023 • POR Redação/EC • 09h29Após a renovação do contrato com a CCR MSVia, a duplicação BR-163 entre as cidades de Nova Alvorada do Sul e Bandeirantes, será uma das prioridades, conforme o secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Hélio Pelufo Filho. O trecho tem 180 quilômetros e passa por Campo Grande, mas ele não deixou claro se os 25 quilômetros do anel viário da Capital estão inclusos nesta prioridade.
A renovação do contrato deve ser assinada até o começo do próximo ano e a previsão é de que depois disso as obras de duplicação sejam retomadas no segundo trimestres de 2024. E, conforme o secretário, a princípio, serão acrescentados mais 200 quilômetros de duplicação aos 150 já existentes na rodovia.
Além disso, destacou o secretário, serão instalados pelo menos 160 quilômetros de terceira faixa nos trechos de aclive, o que vai facilitar as ultrapassagens e agilizar o fluxo de veículos. Ao longo dos 35 anos de concessão (20 que ainda restam e mais 15 anos), serão investidos R$ 12 bilhões ao longo dos 847 quilômetros da rodovia entre Mundo Novo e Sonora.
Então, ao anunciar que os 180 quilômetros que separam Nova Alvorada do Sul e Bandeirantes serão duplicados, sobrariam menos de 30 quilômetros para serem duplicados em outras regiões do Estado onde o tráfego também está sobrecarregado.
Atualmente, apenas 6,5 quilômetros entre Nova Alvorada do Sul e Bandeirantes estão duplicados e, conforme declarações do secretário dadas em setembro, o anel viário de Campo Grande não estava entre as exigências que seriam apresentadas à CCR MSVia. Naquela época, porém, afirmou que seria apresentada a exigência para duplicar apenas o trecho trecho entre Campo Grande e Nova Alvorada do Sul, não citando Bandeirantes.
Caos no anel viário
Embora seja disparadamente o trecho mais crítico de toda a rodovia, tanto pela lentidão do tráfego quanto pela quantidade de acidentes, os 25 quilômetros do anel viário de Campo Grande estão sendo praticamente ignorados nas negociações com a CCR na hora de renovar o contrato. O governo estadual alega que essa é uma atribuição da prefeitura da Capital.
Esta, por sua vez, defende a retirada da rodovia da região urbana e criação de um novo anel viário, em um percurso que teria em torno de 38 quilômetros e começaria nas imediações do posto da PRF na saída para São Paulo. Seguiria até a MS-040, próximo ao colégio agrícola, continuaria até a BR-262, nas imediações do condomínio Terras do Golfe e retornaria ao traçado atual no local onde foi construído um novo trevo de acesso à parte norte do anel viário da Capital.
Os números relativos a acidentes mostram a gravidade da situação do anel viário. Nos oito primeiros meses deste ano, segundo dados da PRF, 47 pessoas morreram em acidentes em toda a BR-163. Nove delas somente entre os quilômetros 466 e 491, que correspondem ao trecho entre as rotatórias na saída para São Paulo e Cuiabá.
Excluindo o anel viário, a PRF contabilizou uma morte a cada 21,7 quilômetros entre janeiro e agosto. Aplicando esta mesma conta somente ao anel viário, foi uma morte a cada 2,7 quilômetros.
O anel viário equivale a apenas 3% da rodovia, mas concentra quase 20% das mortes e a explicação é a mistura do trânsito urbano com o rodoviário. E, além das nove mortes, entre janeiro e agosto a PRF registrou que 23 pessoas sofreram ferimentos considerados graves e outras 67 saíram com lesões leves.
E, ao se analisar o número total de acidentes nos sete primeiros meses do ano, naquele período ocorreram 328 acidentes a longo dos 850 quilômetros. Desse total, 64 aconteceram nos 25 quilômetros do anel viário.
Embora todo o anel viário seja considerado um trecho crítico, a parte norte é alarmante. Dos 64 casos, 35 ocorreram em apenas oito quilômetros, entre o KM 480 e 488, nas imediações da Uniderp Agrárias e do acesso ao Jardim Noroeste. Isso significa que quase 11% de todos os acidentes da rodovia acontecem numa extensão inferior a 1% da estrada no Estado.
Neri Kaspary/Correio do Estado