Assassino conta que enterrou pintor vivo após agredir vítima com martelo em MS
João Pedro Lopes e Otávio Miguel Santos de Souza foram presos pelo crime após ossada ser encontrada
24 MAI 2024 • POR Redação/EC • 14h15O pintor Magno Fernandes Monteiro, 42 anos, foi enterrado vivo após ser agredido com marteladas, segundo o depoimento do autor do crime João Pedro Lopes, 20 anos. O rapaz e um dos comparsas foram presos na tarde de quarta-feira (22), após a ossada da vítima ser encontrada embaixo de um pé de mandioca no terreno onde a vítima morava, em Sidrolândia, cidade a 71 quilômetros de Campo Grande.
Segundo a Policia Civil, os autores foram identificados após a namorada de João Lopes procurar a delegacia da cidade e denunciar estar sendo ameaçada por ele, há cerca de três meses. Na ocasião, ela relatou que o rapaz disse que faria com ela o mesmo que fez com Magno. No entanto, alegou que acreditava que ele estivesse falando apenas da boca para fora.
A denuncia acendeu um alerta na delegada responsável pelo caso que decidiu levar o rapaz para prestar depoimento. De acordo com ela, João negou o envolvimento no crime e de forma fria seguiu a vida normalmente, já que por não estar em situação de flagrante e nem estar com mandado de prisão em aberto, foi liberado.
De acordo com a delegada Cynthia Gomes, a investigação continuou e a todo momento, tanto a jovem quanto o rapaz negavam envolvimento no crime. No entanto, a polícia já tinha informações de que Magno havia sido enterrado no quintal da casa onde morava. Inclusive, a garota chegou a participar de algumas buscas, mas de forma fria fingia não saber de nada.
Na manhã de quarta-feira (22), familiares do pintor ligaram para a delegada e informaram que um cadáver havia sido encontrado no terreno enquanto uma pessoa capinava o local e eles acreditavam se tratar do corpo de Magno. As equipes imediatamente foram para a residência, junto com a Perícia e confirmaram se tratar de uma ossada humana.
A jovem foi novamente levada para prestar depoimento e o autor foi preso no local de trabalho. A garota confessou que sabia do crime desde o dia em que aconteceu. Já João Pedro continuou negando até que decidiu confirmar ter matado Magno.
Conforme a delegada, ele relatou o homicídio com detalhes sórdidos e entregou outros dois participantes, um deles sendo Otávio que foi preso em casa. Equipes do GOI (Grupo de Operações e Investigações) e do Corpo de Bombeiros também deram apoio nas buscas e prisões. Os objetos usados no crime não foram encontrados.
Depoimento – À polícia, João contou que ele e o pintor tiveram uma briga e que na ocasião foi ameaçado por Magno. Ele afirma ainda que foi agredido pelo homem com um soco na boca e teve sua motocicleta derrubada. O desentendimento teria acontecido porque a vítima não queria que o rapaz se relacionasse com a jovem que era sua parente.
Em depoimento, ele relatou que contou sobre a briga aos dois amigos que disseram “vamos matar esse cara”. Com isso, uma semana antes do crime eles combinaram como seria o crime. Já no dia dos fatos, João estava em uma festa onde fez uso de cocaína com um Otávio e por volta das 23h foram buscar Jailson para executar Magno.
O trio então foi para a casa da vítima. Eles entraram pelo portão do terreno, que já estava aberto, foram até o barraco, que estava escuro já que não havia luz no local. Otávio teria ido na frente com um martelo. Quando ele viu Magno deu o primeiro golpe na testa. O pintor chegou a ficar tonto, mas se recuperou.
A vítima tomou o martelo da mão do rapaz e lhe deu um golpe no ombro. Os outros dois conseguiram recuperar o objeto de Magno e enquanto Otávio segurava o homem, eles o esfaquearam na região do abdômen. O pintor ainda estava vivo quando foi novamente agredido com marteladas na cabeça.
Ainda segundo o relato de João, a vítima estava gritando de dor quando o trio decidiu enterrá-lo vivo. Eles então foram ao terreno e cavaram o buraco perto do pé de manga. Otávio segurou Magno pelas mãos e Jailson pelos pés e o jogaram no local. Logo depois, fecharam a “cova” e por estar chovendo muito, pisotearam a terra molhada para compactar o solo.
Por fim, eles jogaram uma lona no local e foram embora. Ele nega que a namorada tivesse conhecimento do crime, mas a jovem afirmou à polícia que sabia, inclusive, ela quem avisou João que Magno estava sozinho em casa. Ela relatou que chegou a pedir para que o rapaz não fizesse aquilo para não estragar sua vida e que não valia a pena.
Ela contou ainda que ouviu o grito de Magno e depois disso viu os três saindo da casa. Eles teriam dito que chamariam um carro para levar o corpo da vítima, mas não deu certo e por isso enterram no quintal.
Os dois rapazes foram presos pelo crime, já o terceiro está sendo procurado. De acordo com a delegada, a jovem está sendo investigada por participação no homicídio e na ocultação do cadáver.
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