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Uma Epidemia Silenciosa: 22 mulheres já morreram no MS em 2024

Em um mundo onde a cada 7 horas uma mulher é assassinada apenas por ser mulher, a estatística se torna um grito ensurdecedor.

29 SET 2024 • POR Redação/EC • 11h13
Foto: Reprodução

O feminicídio é a face mais cruel da violência de gênero, uma realidade aterradora que silencia vidas e destrói famílias. Este crime não é apenas um ato individual de violência, mas um reflexo de um sistema opressivo que desumaniza as mulheres e perpetua a cultura do machismo.

Em um mundo onde a cada 7 horas uma mulher é assassinada apenas por ser mulher, a estatística se torna um grito ensurdecedor. Essas vidas, roubadas de forma brutal, não são apenas números em um relatório. Elas são mães, filhas, irmãs, amigas, seres humanos com histórias, sonhos e aspirações. Cada feminicídio representa um fracasso coletivo, uma sociedade que ainda não aprendeu a respeitar e valorizar a vida feminina.

No Mato Grosso do Sul, de janeiro de 2024 até agora em setembro - 22 mulheres - tiveram suas vidas tiradas de forma brutal e covarde pelos seus companheiros, as duas últimas foram mortas em cidades diferentes do Estado em um espaço de 24 horas.

As vítimas tem nome, rosto, família e amigos e vou apresentá-las para você amigo  leitor.

Maria Agostinho Defensor, 32 anos, moradora de Ivinhema/MS, morta na terça-feira (24) com 58 facadas pelo companheiro, o motivo teria sido ela ter se recusado acompanhar seu companheiro em uma festa. Seu corpo foi encontrado jogado em um canavial, o assassino confessou o crime.

*Marlene Salete*, 52 anos, moradora de Amambai-MS, morta na última segunda-feira(23) pelo companheiro, com golpes de faca, sua filha de 11 anos presenciou o crime e foi ela que ligou para a polícia.

As raízes do feminicídio são profundas. Elas se entrelaçam com a misoginia que permeia nossa cultura, desde a educação até as instituições. A normalização da violência, o controle sobre o corpo feminino e a desvalorização da mulher como ser autônomo são fatores que alimentam esse ciclo. É hora de quebrar esse silêncio, de não apenas reconhecer o problema, mas de agir.

O feminicídio não é um problema isolado; ele se manifesta em diversos âmbitos: no lar, no trabalho, nas ruas. As mulheres que denunciam abusos enfrentam não só a violência de seus agressores, mas também a dúvida e o julgamento de uma sociedade que ainda questiona a veracidade de suas experiências. Essa cultura do silenciamento precisa ser desmantelada. A legislação existe, mas muitas vezes falha em proteger. 

A Lei Maria da Penha é um avanço, mas ainda é insuficiente diante da gravidade da situação. É preciso garantir que as leis sejam efetivas e que os direitos das mulheres sejam respeitados, não apenas no papel, mas na prática.

A luta contra o feminicídio é de todos nós. É necessário que homens se juntem a essa batalha, reconhecendo sua parte na desconstrução de comportamentos tóxicos e na promoção de um ambiente de respeito e igualdade. Não se trata apenas de salvar vidas, mas de transformar mentalidades e construir um futuro onde nenhuma mulher precise temer pela sua vida.

O feminicídio é um grito por mudança. E essa mudança começa com a conscientização, a educação e a ação. Que a dor e a luta das vítimas nunca sejam esquecidas. Que cada vida perdida inspire uma luta incessante por justiça e igualdade.

Mulheres, denunciem qualquer tipo de violência, familiares, amigos vocês também podem evitar que mais mulheres sejam mortas, existem diversas maneiras de denunciar, não se cale mulher, você que está sendo vítima de algum tipo de violência. PEÇA AJUDA e DENUNCIE.

Além do número 180, também é possível denunciar a violência contra a mulher, ligando para o 190 em caso de flagrante ou se a violência estiver ocorrendo no momento, registrando um boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher, em delegacias de polícia ou distritos policiais.

Fonte: Glenda Melo/Diário do Estado