Mais 91 mil de indígenas de MS vivem em condições precárias de saneamento, diz IBGE
4 OUT 2024 • POR Redação/EC • 15h54Em Mato Grosso do Sul, mais de 91 mil indígenas vivem em condições de saneamento básico classificadas como precárias, divulgou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nesta sexta-feira (4). As informações foram compiladas na pesquisa do Censo Demográfico 2022: Indígenas: Alfabetização, registros de nascimentos e características dos domicílios.
Conforme a divulgação, em 2022, cerca de 78,8% das pessoas indígenas moradoras de domicílios particulares permanentes conviviam com pelo menos uma situação de precariedade ou ausência de saneamento básico relacionados a abastecimento de água, destinação de esgoto ou destinação do lixo.
Os dados revelam que, nesse grupo, que compreende 91,1 mil pessoas, havia ausência de abastecimento de água canalizada até o domicílio proveniente de rede geral, poço, fonte, nascente ou mina; ou ausência de destinação do esgoto para rede geral, pluvial ou fossa séptica; ou ausência de coleta direta ou indireta por serviço de limpeza.
Segundo o IBGE, os critérios utilizados para análise são construídos com base no Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab).
De acordo com a coordenadora do Censo de Povos e Comunidades Tradicionais, Marta Antunes, entre os fatores que influenciam esses resultados estão a distância geográfica e a adaptação dos serviços de saneamento às terras indígenas.
“Para garantir condições adequadas, é preciso adaptar as soluções para saneamento básico, como, por exemplo, fazer fossas que permitam um descarte adequado sem precisar se ligar à infraestrutura geral, que às vezes existe de forma mais distante da realidade dessas terras. Então, além da distância, há o fator de até onde a política consegue se adaptar para dar conta do desafio logístico que é garantir o saneamento básico e culturalmente adequado nas terras indígenas”, disse.
Levantamento das informações
Para essa análise, foram retirados desse grupo os indígenas que viviam em habitações sem paredes ou malocas, pelas características próprias desses domicílios, em que não é esperada a presença de canalização de água até na habitação ou banheiro, por exemplo.
A pesquisa apresenta, ainda, um conjunto de informações sobre aspectos relacionados à alfabetização das pessoas indígenas, à existência de registros de nascimentos das crianças indígenas com 5 anos ou menos e às características dos domicílios com pelo menos uma pessoa indígena.
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