Polícia

"Foi sem querer", diz suspeito de abrir crânio de rapaz com 15 pauladas

Em depoimento, suspeito ainda disse que estava triste pelo homicídio que cometeu, "mas não podia chorar"

21 OUT 2024 • POR Redação/EC • 15h58
Jean, à esquerda, e Willerson, à direita, durante interrogatório na delegacia. - Foto: Reprodução

Preso, Willerson de Souza Portilho, de 25 anos, confessou ter matado o desafeto Celso Augusto Chimenes de Oliveira, de 32 anos, a pauladas, no domingo (20). Ele agiu junto com o irmão, Jean Carlos Souza Portilho, de 28 anos, que também está atrás das grades. Questionado sobre as 15 pauladas que desferiu na vítima, Willerson alegou que foi "sem querer" e não tinha a intenção de matar. 

O homicídio, segundo o boletim de ocorrência, foi motivado por rixa entre facções criminosas e ocorreu na madrugada de domingo, em Jardim, distante cerca de 236 quilômetros de Campo Grande. Os irmãos foram presos pouco tempo depois, no imóvel onde moram, na região central da cidade.

Willerson contou que estava na casa de um colega de trabalho naquela madrugada, onde ingeriam bebidas alcoólicas. Celso também estava no local e, segundo Willerson, começou a se alterar. "Queria brigar comigo, ficou com ciúme de uma mulher que estava lá", disse ao ser interrogado pela polícia.

A confusão foi aumentando e Willerson diz ter sido agredido por Celso. "Começou a me dar soco e falou que era do Comando Vermelho. Falei que ia embora, mas ele me derrubou da moto na frente da casa", contou. Willerson foi para o imóvel onde morava e acordou o irmão Jean, afirmando ter sido agredido. 

Os dois, então, pegaram dois pedaços de madeira e seguiram, de moto, até a casa onde Celso estava. Imagens de câmera de segurança mostram os dois, cada um com uma ripa, seguindo para acertar as contas com o desafeto. "O cara me bateu, meu irmão ficou triste e falou vamos lá. Fomos dar um susto nele", diz Willerson. 

No local, a discussão ficou acalorada e os irmãos, segundo a polícia, mataram a vítima com 15 golpes na cabeça, o que abriu o crânio de Celso. "Estávamos tentando acertar no braço, mas acabou acertando a cabeça dele, sem querer", alega Willerson. Ao ser questionado sobre a motivação, ele afirma que foi por ter o ego ferido, mas estava arrependido. 

Jean também foi interrogado e negou ter desferido as pauladas, mesmo tendo sido flagrado por câmeras com a ripa na mão e testemunhas confirmarem que o viram cometendo a agressão. "Eu não bati, só levei meu irmão de moto", alegou Jean.

*Entenda* - De acordo com o boletim de ocorrência, Willerson ou "Pilha", estava bebendo com grupo de amigos na casa de uma mulher. Celso também estava na "festa", porque morava no mesmo quintal. Em determinado momento, Celso começou a discutir com Willerson. O registro do caso afirma que Celso dizia ser do CV (Comando Vermelho) e que Pilha seria faccionado do PCC.

Os dois lutaram, sendo que Pilha levou a pior na briga e deixou o local. Contudo, retornou pouco tempo depois em companhia do irmão e os dois passaram a agredir Celso, cada um munido de um pedaço de madeira. A vítima teve graves lesões na cabeça e foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros, sendo levada ao hospital. Contudo, não resistiu e morreu. 

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