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Fábrica clandestina: funcionária revela como gin e vodka falsos eram produzidos em MS

As garrafas de vidro eram recicladas e tinham o rótulo original retirado. Depois eram lavadas em tambores com água e detergente, e estocadas sem as mínimas condições de higiene.

8 NOV 2025 • POR Redação/EC • 07h34
O local já havia sido interditado em março de 2023 por irregularidades administrativas. Foto: Polícia Civil de MS

Uma funcionária da fábrica clandestina de bebidas, alvo da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo (Decon), contou à polícia como funcionava o esquema de produção no local, em Terenos (MS). O local foi interditado novamente na quinta-feira (6). 

A fábrica já havia sido interditada em março de 2023 por irregularidades administrativas. Com novas denúncias, as equipes voltaram ao endereço e constataram que a produção havia sido retomada. 

De acordo com o depoimento da funcionária, as garrafas de vidro eram recicladas e tinham o rótulo original retirado. Depois eram lavadas em tambores com água e detergente, e estocadas sem as mínimas condições de higiene. 

Depois, recebiam novos rótulos e passavam por uma máquina que as enchia com a bebida pronta. 

As bebidas eram fabricadas no próprio local. A funcionária contou que era ela quem misturava os ingredientes. 

No caso do vinho, eram usados essência de vinho, ácido orgânico, ácido cítrico anidro, sódio e açúcar. Além do vinho, também era produzida vodka aromatizada. 

O local não tinha autorização para funcionar e não apresentou notas fiscais. O maquinário estava em más condições de uso. 

Durante a fiscalização, quatro mulheres trabalhavam lavando garrafas recicladas e colando novos rótulos de vodka. 

Os fiscais encontraram grande quantidade de garrafas lavadas e outras sendo higienizadas apenas com detergente, além de rótulos espalhados e produtos armazenados sem condições sanitárias. 

A fábrica não tinha responsável técnico, e a origem do álcool usado nas bebidas não foi comprovada. Foram apreendidas oito garrafas prontas para consumo, além de tampas, rótulos e recipientes cheios e vazios. 

As bebidas estavam sobre a esteira do “forno”, máquina usada para embalar fardos com seis unidades. Parte da produção já havia sido enviada para venda. 

O dono negou que produzisse ou vendesse as bebidas no local. Ele foi preso em flagrante e levado para a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo (Decon), em Campo Grande.

G1 MS