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Policial é demitido em Atlanta após morte de homem negro em abordagem; cidade tem noite de protestos

14 JUN 2020 - 12h:06 Por Redação
Mais um homem negro é morto nos EUA Mais um homem negro é morto nos EUA - Imagem: Reprodução

Um policial de Atlanta foi demitido e outro foi transferido para serviços administrativos após a morte de um homem negro, disseram autoridades dos Estados Unidos neste domingo (14).

Eles são apontados como os responsáveis pela morte de um homem negro, Rayshard Brooks, durante uma abordagem na sexta-feira (12) no estacionamento de um restaurante

No sábado (13), a chefe da polícia de Atlanta, Erika Shields, renunciou ao cargo. A morte de Brooks levou a uma noite de protestos, semanas depois da morte de George Floyd que provocou uma onda de manifestações antirracistas pelo país.

O oficial demitido foi identificado como Garrett Rolfe, que integra a corporação desde 2013 – apontado como responsável pelos disparos. O oficial colocado em serviço administrativo é Devin Brosnan, que foi contratado em 2018, de acordo com um comunicado do porta-voz da polícia sargento John Chafee.

Noite de protestos em Atlanta

No sábado (13), manifestantes atearam fogo no restaurante e chegaram a bloquear o tráfego em uma rodovia. Autoridades locais informaram que ao menos 36 pessoas foram presas nos protestos que se estenderam para a madrugada.

Manifestantes, incluindo membros da família Brooks, se reuniram no sábado em frente ao restaurante onde ele foi baleado. Entre os que protestaram estava Crystal Brooks, que disse à agência Associated Press ser cunhada de Rayshard Brooks.

"Ele não estava fazendo mal a ninguém", disse Brooks. "A polícia foi até o carro e, mesmo que estivesse estacionado, o puxaram para fora e começaram a brigar com ele."

O restaurante começou a pegar fogo por volta das 23h30 do sábado e vídeos das emissoras locais mostravam que o estabelecimento estava em chamas até ao menos às 4 da manhã do domingo.

A chefe da polícia de Atlanta, Erika Shields, renunciou ao cargo

A prefeita de Atlanta, Keisha Lance Bottoms, anunciou a renúncia de Shields em uma entrevista coletiva onde defendeu também a demissão imediata do policial que atirou contra o suspeito.

Ação durou cerca de 40 minutos

Rayshard Brooks dormia em seu carro, no estacionamento de um restaurante de uma rede de fast-food. A polícia foi chamada pelo restaurante, porque o veículo de Brooks estaria atrapalhando a entrada do drive-thru.

A abordagem, que durou cerca de 40 minutos, foi filmada por câmeras de segurança do estabelecimento e também por dispositivos acoplados nos coletes dos policiais. Os policiais conduziram testes para verificar a sobriedade do homem, de acordo com as investigações, e tentaram prendê-lo.

Segundo as imagens, é possível ver que Brooks resiste ao momento em que vai ser algemado. A partir daí não há mais imagens da ação, uma vez que as câmeras policiais caíram por conta da movimentação mais brusca.

O diretor do escritório de investigação da Geórgia (GBI, na sigla em inglês), Vic Reynolds, disse que Brooks resistiu à prisão e roubou uma arma de choque dos policiais. Ele foi baleado na sequência, quando apontou a arma a um dos oficiais de polícia.

Putin sinaliza 'profundas crises'

No domingo, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, comentou que os protestos das últimas semanas nos EUA, contra o racismo e a violência policial mostram "profundas crises internas" no país.

"É claro que o que acontece [nos EUA] é a expressão de profundas crises internas", disse Putin em entrevista ao canal Rossia 1.

"Na verdade, observamos isso há muito tempo, desde que o presidente em exercício chegou ao poder, quando venceu de forma absolutamente clara e democrática", acresce.

'Vidas negras importam'

A morte acontece em meio a uma série de protestos nos EUA por justiça racial e reforma policial, depois que George Floyd, também um homem negro, morreu enquanto era preso por policiais na cidade de Minneapolis.

A imobilização de Floyd foi filmada por uma testemunha, e mostrou um policial apertando o pescoço do homem com o joelho por 8 minutos e 46 segundos, enquanto Floyd afirmava que não conseguia respirar.

O caso levou a diversos protestos pelo país, com manifestantes pedindo por reforma policial nos EUA, e demandando igualdade racial.

Fonte: G1

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