Saúde

Estudo confirma sucesso de método da Fiocruz de combate à dengue

2 DEZ 2019 • POR Redação • 14h31
Imagem: G1 / Jornal Nacional

Um estudo apresentado nos Estados Unidos concluiu que um método usado no Brasil por pesquisadores da Fiocruz teve sucesso no combate à transmissão da dengue, da zika e de chikungunya.

As evidências apresentadas na quinta (21/11), na reunião da Sociedade Americana, são claras. A luta contra a zika, a dengue e a chikungunya está sendo vitoriosa em países como o Brasil, a Indonésia, a Austrália e o Vietnã. E a principal arma é invisível a olho nu: a bactéria Wolbachia, que existe em 70% dos insetos.

Os testes no Brasil começaram em 2006, depois que pesquisadores australianos descobriram que a Wolbachia impede que os vírus da dengue, zika e chikungunya se desenvolvam no mosquito Aedes aegypti. Assim, ele perde a capacidade de transmitir essas doenças.

Os mosquitos com Wolbachia foram espalhados em 28 bairros do Rio e 33 de Niterói, na região metropolitana. E agora, quatro anos depois, o trabalho desenvolvido em parceria por pesquisadores da Fiocruz e do Programa Mundial do Mosquito comprovou que o método é eficiente. Em Niterói, por exemplo, houve redução de 75% dos casos de chikungunya.

“A gente demonstrou resultados para chikungunya, que foi a doença que apareceu com mais força aqui no Rio de Janeiro. Mas, caso haja uma estação de dengue nova, uma estação de zika nova, a expectativa é que também haja um controle de transmissão local dessas doenças, por ser o mesmo vetor e pela Wolbachia ter a proteção garantida a todos esses”, explicou Gabriel Sylvestre, pesquisador da Fiocruz.

A professora Maísa Vasconcelos diz que também houve redução nos casos de dengue no bairro onde mora, em Niterói.

“Para ter um caso de dengue é muito raro agora."

Aqui na Fiocruz, os pesquisadores mantêm uma imensa colônia de Aedes aegypti vacinados com Wolbachia. Eles ficam em salas com clima quente e úmido, o que favorece a procriação. Em gaiolas ficam as matrizes, machos e fêmeas, que vão gerar novos insetos para serem liberados no ambiente.

Os resultados positivos no Rio estimularam o Ministério da Saúde a estender o programa a outras cidades.

"O Ministério avalia como uma iniciativa muito exitosa sendo uma das mais promissoras e sustentáveis da atualidade. Nós estamos expandido para outros municípios, que são eles: Belo Horizonte, Campo Grande, Petrolina, Fortaleza, Manaus, Foz do Iguaçu e algum município do Rio Grande do Sul", diz Wanderson Kleber, secretário de vigilância em Saúde

Mesmo com a novidade, os pesquisadores dizem que é preciso manter os cuidados já conhecidos contra o mosquito.

Fonte: G1 / Jornal Nacional