Polícia

Militares da Marinha matam perito da Polícia Civil após briga em ferro-velho por material furtado de obra

Renato Couto de Mendonça foi baleado, e o corpo, levado em uma van da Marinha até o Rio Guandu.

15 MAI 2022 - 15h:46 Por Redação/PL
Renato Couto de Mendonça, perito morto após discussão. Renato Couto de Mendonça, perito morto após discussão. - Foto: Reprodução

Um papiloscopiosta do Instituto de Identificação Félix Pacheco, órgão vinculado à Polícia Civil do RJ, foi morto na última sexta-feira (13) por três militares da Marinha após uma discussão em um ferro-velho na Zona Norte do Rio. Segundo as investigações, o trio usou um veículo oficial da Forçapara ocultar o corpo do perito. Um sargento se entregou no 1º Distrito Naval e confessou o crime. 

Renato Couto de Mendonça era esperado para um plantão no Félix Pacheco neste sábado (14), mas não apareceu. A polícia foi acionada. 

Equipes da Delegacia de Homicídios, da 18ª DP (Praça da Bandeira) e do Félix Pacheco rastrearam o celular de Renato e descobriram, então, que o perito teve uma briga com Lourival Ferreira de Lima, dono do ferro-velho, na Mangueira. 

Como foi o crime

O papiloscopista fazia uma obra na Praça da Bandeira e, segundo as investigações, foi vítima de uma sequência de furtos, todos registrados em delegacia. Na sexta de manhã, Renato acabou achando materiais dele no ferro-velho de Lourival e chegou a obter um acordo de ressarcimento pela receptação das peças levadas. 

Ao retornar ao ferro-velho, à tarde, Renato foi vítima de uma emboscadaarmada por Lourival, que chamou o filho, Bruno Santos de Lima, sargento da Marinha, e dois colegas de farda: o cabo Daris Fidelis Motta e o terceiro-sargento Manoel Vitor Silva Soares. 

Os quatro tentaram colocar Renato à força numa van da Marinha. O perito resistiu e entrou em luta corporal, mas acabou baleado por Bruno. Disparos lhe acertaram a perna e a barriga. 

Não se sabe se Renato ainda estava vivo quando o grupo o pôs na van nem na hora em que os criminosos o jogaram de uma ponte do Arco Metropolitano sobre o Rio Guandu. 

Até a última atualização desta reportagem, o corpo ainda não tinha sido localizado.

O que diz a Marinha

A Marinha do Brasil (MB) informou que tomou conhecimento, na noite de sábado (14/05), sobre uma ocorrência, com vítima, envolvendo militares da ativa do Comando do 1º Distrito Naval, objeto de inquérito policial no âmbito da Justiça comum. “Os militares envolvidos foram presos em flagrante pela polícia e responderão pelos seus atos perante a Justiça”, disse. 

“A MB lamenta o ocorrido, se solidariza com os familiares da vítima e reitera seu firme repúdio a condutas e atos ilegais que atentem contra a vida, a honra e os princípios militares.” 

“A MB reforça, ainda, que não tolera tal comportamento, que está colaborando com os órgãos responsáveis pela investigação e informa que abriu um inquérito policial militar para apurar as circunstâncias da ocorrência”, emendou. 

Felipe Freire, Jefferson Monteiro, Leslie Leitão e Nicolás Satriano - g1

Deixe seu Comentário

Leia Também

Voltar