Acidentes

Avião que explodiu e matou quatro no Pantanal era da década de 50 e não podia voar à noite

Avião também não tinha autorização da Anac para operar como táxi aéreo

24 SET 2025 - 23h:51 Por Redação/EC
Avião foi fabricado em 1958 (Foto: Reprodução, Redes Sociais) Avião foi fabricado em 1958 (Foto: Reprodução, Redes Sociais)

O avião modelo Cessna 175 que caiu nesta terça-feira (23), na região da fazenda Barra Mansa, em Aquidauana, a 135 quilômetros de Campo Grande, tinha 67 anos. O modelo foi fabricado em 1958. O avião não tinha autorização para táxi aéreo. Os corpos das vítimas passarão por exames de DNA.

Entenda: O avião, que era de propriedade do piloto Marcelo Pereira de Barros, só estava autorizado a voar sob regras visuais, durante o dia, já que não tinha equipamentos para voos noturnos. 

Conforme dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o modelo não tinha permissão para táxi aéreo e tinha capacidade para quatro lugares, sendo três passageiros e o piloto. Como a aeronave não tinha instrumentos para voar à noite, o piloto tinha de se orientar pelo horizonte e pelo solo.

O motor original da aeronave era GO-300 com resolução de engrenagem de fábrica. O peso máximo de decolagem é de 1.066 kg. A data da compra do avião é de 9 de março de 2015. Já a classificação segundo a Anac é de pouso convencional com um motor convencional. 

O fabricante do avião é o Cessna Aircraft, e o número de série é 55662. A aeronave está no nome de Marcelo Pereira de Barros.

Avião apreendido por adulteração

O avião que caiu com o piloto e mais três passageiros na fazenda Barra Mansa, na região de Aquidauana, nesta terça-feira (23), já havia sido apreendido por irregularidades durante a Operação Ícaro, em 2019. O piloto Marcelo Pereira de Barros era dono da aeronave.

Conforme informações, a aeronave foi apreendida em 2019 no Aeroclube de Aquidauana. Submetida a exames periciais, foi comprovado que estava em desacordo, apresentando plaquetas de identificação com indícios de adulteração, além de estar operando com certificado de aeronavegabilidade cancelado. 

A aeronave ficou em poder do Dracco por três anos, sendo devolvida em 2022 para o piloto e proprietário Marcelo.

Resgate dos corpos 

O resgate dos corpos da aeronave que caiu na região da fazenda Barra Mansa, em Aquidauana, a 135 quilômetros de Campo Grande, demorou cerca de 9 horas. Na queda do avião, morreram quatro pessoas carbonizadas. Os corpos foram levados para o IML (Instituto de Medicina e Odontologia).

O trabalho de resgate foi demorado devido ao local de difícil acesso. O resgate demorou cerca de 9 horas e três militares e uma viatura estavam empenhadas no trabalho. Os corpos chegaram ao IML de Aquidauana por volta das 7h30 da manhã desta quarta-feira (24).

Os corpos devem ser identificados por exames de DNA para depois serem entregues à família. A queda da aeronave ocorreu no início da noite de terça-feira (23). Há suspeita de que a queda da aeronave tenha sido causada por uma manobra que o piloto tentou fazer: arremeter a aeronave, que acabou perdendo altitude, caindo em seguida.

Quem eram os ocupantes da aeronave

Kongjian Yu era professor da Universidade de Pequim, sendo considerado um dos maiores do mundo. Ele era diretor do escritório de arquitetura paisagística Turenscape. Kongjian era doutor pela universidade de Harvard, nos Estados Unidos, além de ser consultor do governo chinês. 

Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz, especializado em projetos de documentários como, “Dossiê Chapecó: O Jogo por Trás da Tragédia, além da direção da série To Win or To Win para MBC/Shahid, maior grupo de mídia árabe, sobre o Al Nassr FC e um sucesso de audiência. Luiz também desde 2007 produz e dirige na Olé Produções.

Rubens Crispim Júnior era diretor de fotografia e dono da produtora audiovisual Poseidos, que atuava no mercado nacional e internacional. Rubens nasceu e viveu em São Paulo. Ele era formado em artes plásticas pela ECA-USP e participou de festivais como Short Film Corner, no Festival de Cannes.

Marcelo Pereira de Barros, piloto e dono da aeronave, era paulista, mas apaixonado pela região, conforme o Pantaneiro. Ele deixa dois filhos, Hugo e Gael.

A queda

A queda da aeronave ocorreu na região da fazenda Barra Mansa, por volta das 18 horas de terça (23). Quando o avião caiu acabou explodindo. Equipes do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) estiveram no local para a retirada dos corpos. Não há informações do que possa ter causado a queda do avião.

Em nota a FAB (Força Aérea Brasileira) disse que:

“A Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), informa que, na terça-feira (23/09), investigadores do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA IV) — órgão regional do CENIPA, com sede em São Paulo (SP) — foram acionados para realizar a Ação Inicial da ocorrência envolvendo a aeronave de matrícula PT-BAN no município de Aquidauana (MS).

Durante a Ação Inicial, profissionais qualificados e credenciados aplicam técnicas específicas para coleta e confirmação de dados, preservação de elementos, verificação inicial dos danos causados à aeronave ou pela aeronave, além do levantamento de outras informações necessárias à investigação.

A conclusão dessa investigação ocorrerá no menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade da ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes. Ao término das atividades, o Relatório Final SIPAER será publicado no site do CENIPA, acessível a toda a sociedade”.

Midiamax

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