A revolução dos carros autônomos, que andam sozinhos, sem a necessidade de motorista, chegou ao campo. Em exposição na 24ª Agrishow, feira de tecnologia agrícola que acontece em Ribeirão Preto (SP), o trator “Autonomus” trabalha 24 horas por dia na lavoura e ainda toma decisões por conta própria para evitar acidentes de percurso.
A máquina está sendo desenvolvida nos Estados Unidos há cinco anos, mas ainda não está sendo vendida porque nenhum país no mundo tem legislação específica para veículos terrestres não tripulados.
Discussões nesse sentido já existem e, para o especialista de marketing de produto da Case, Lauro Rezende, a expectativa é que o trator chegue ao mercado pelo valor de um produto semelhante, o Magnum 380, entre R$ 700 mil e R$ 850 mil.
“O monitoramento é direto, você acompanha pela internet. Você consegue soltar a máquina na sede da propriedade e ela vai até o talhão, e executa a tarefa programada. Ela trabalha com sinais de GPS e também com telemetria, que transmite em tempo real todos os dados”, afirma.
O Autonomus trabalha sempre com um implemento acoplado, como uma plantadeira, e a partir de uma rota pré-programada, ou seja, o produtor determina onde e como as tarefas devem ser executadas. As ordens são transmitidas via internet para o trator.
“Estamos apresentando um protótipo com o que há de mais moderno e eficiente em agricultura de precisão. A gente pegou um Magnum 380, que é um produto de linha, e fez um projeto especial com acabamento futurístico e uma série de inovações tecnológicas”, diz.
Além de possuir um sistema de gerenciamento de produtividade, em que o trator é capaz de decidir sozinho pela melhor configuração para trabalhar com maior eficiência, consumindo o mínimo possível de combustível, o Autonomus consegue desviar de obstáculos.
“Ele tem câmeras de vídeo frontal e traseira. O operador consegue acompanhar a operação em tempo real. Um sensor frontal, óptico e laser, também faz a varredura do terreno em 180 graus. Então, o equipamento consegue detectar e interpretar os obstáculos”, diz.
Ainda segundo Rezende, apesar de o trabalhador não estar dentro do trator – que, inclusive, nem tem cabine –, precisará definir as tarefas que o equipamento executará em campo, mas remotamente, pela internet.
“Hoje, um operador para trabalhar em uma máquina com agricultura de precisão já tem que ser bastante especializado, por questão de toda a eletrônica que envolve. Então, o operador já está bem capacitado para lidar com essa nova tecnologia”, afirma.
Fonte: G1