O último carro alegórico da escola de samba Paraíso do Tuiuti atropelou e feriu várias pessoas na noite de domingo (26) no Sambódromo, no Rio, no primeiro dia de apresentação das escolas de samba Grupo Especial. Após o incidente, no qual as vítimas ficaram imprensadas contra uma grade, o carro seguiu até o fim do desfile.
Dentre os 20 feridos, integrantes de escolas, jornalistas e fotógrafos, 12 deles foram atendidas nos postos médicos do sambódromo e liberados em seguida e outros cinco em hospitais municipais. Na manhã da segunda-feira ainda havia três mulheres internadas.
A dinâmica do atropelamento ainda não foi devidamente explicada. Elmo José, o diretor de carnaval da Liesa, a liga de escolas de samba responsável pelos desfiles, disse que o carro “se desgovernou um pouquinho” e reclamou das pessoas ocuparem a pista.
"Na verdade, a parte da frente do carro, as rodas malucas que estavam usando, com a chuva, o carro começou a tender para o lado esquerdo. Quando foi para o lado de cá, se desgovernou um pouquinho e começou a encostar nas pessoas. Tinha pessoas que estavam foram da calçada, estavam dentro da pista. Pedimos sempre que as pessoas fiquem na calçada no seus lugares, mas as pessoas querendo fotografar a escola, querendo dar a informação da escola, se dá o acidente. Mas foram prontamente socorridas e vamos continuar o espetáculo“, afirmou o diretor.
A Polícia Civil apura agora as causas do acidente e por que, segundo publicou a revista Veja, era um mecânico da escola quem dirigia o veiculo e não o motorista. Em uma primeira perícia não se identificaram problemas mecânicos no veículo, que carregava uma gigantesca Carmen Miranda. O acidente foi registrado na delegacia como lesão corporal culposa (sem intenção).
Uma das feridas no acidente disse à rádio CBN que sofreu luxações e escoriações no braço. "Eu tenho que agradecer a Deus. Teve casos piores. Uma amiga teve fratura exposta na perna, a outra teve as duas pernas prensadas contra a grade. Eu fui derrubada e fui parar quase debaixo do carro alegórico”, contou a jornalista Bárbara Campello.
Outro dos 20 feridos, o médico Marcos Antônio Nachef, afirmou ao jornal Extra que vai pedir indenização pelos danos que sofreu com o acidente. Foi uma irresponsabilidade imensa [dos organizadores]. Com certeza é passível de processo e indenização. Fiz tomografia da lombar, raio-x, exame no tornozelo. Estou todo inchado. Mas Deus me salvou. Ando sempre com o Pai Nosso no bolso”, disse o médico, que, em cadeira de rodas, teve que cancelar sua participação no desfile da Beija Flor.
Fonte: El País