Após a morte dos dois irmãos de três e 13 anos por ingestão de hidróxido de sódio, popularmente chamado de soda cáustica, familiares das vítimas lamentaram a tragédia ocorrida na cidade de Santo Amaro, no recôncavo da Bahia.
Em contato com o g1, um dos tios dos irmãos falou sobre o caso. “É uma dor contínua. Estamos buscando forças em Deus. É uma situação muito difícil e ainda pior da forma como isso ocorreu”, contou.
O homem, que pediu para não ser identificado pela reportagem, disse que sua irmã e mãe das vítimas está chocada com a situação. “Os dias passam, mas essa dor permanece. Minha irmã está com o emocional muito abalado”, contou.
A mulher tem outros três filhos. Ela não estava em casa no momento do incidente.
Vizinhos das crianças contam que o garoto de três anos teria confundido o ácido com refrigerante. Após a criança ingerir a bebida, a irmã adolescente se sentiu culpada por ter deixado o produto sobre a mesa e também bebeu a substância.
Os dois foram levados ao hospital para serem socorridos, mas não resistiram e morreram. O fato ocorreu na região central da cidade. No momento do incidente, os dois estavam sozinhos em casa.
Segundo o delegado de Santo Amaro, Rafael Almeida de Oliveira, a mãe das crianças comprou a substância para limpeza do vaso sanitário.
"Ela pediu para a menina colocar debaixo da pia, mas (a garota) colocou em cima da mesa. Então o menino teve acesso ao produto e começou a beber", contou ele.
"A menina de 13 anos se sentiu culpada e também bebeu a substância. Acho que não aguentou o sofrimento do irmão. Ela também foi levada ao hospital e não sobreviveu", disse o delegado.
Rafael Almeida ainda afirmou que a mãe será indiciada e que o inquérito vai apurar se houve ou não negligência por parte da responsável pelas crianças.
"Em casos como esse, em que o dano afeta o autor, como a perda de dois filhos, não se aplica a pena pelo crime, porque se entende que a mãe já foi penalizada com a morte dos filhos. Mas quem vai decidir é o juiz", explicou o delegado, sem dar mais detalhes sobre o caso.
G1