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Briga entre jovens é fruto da educação pouco promissora, diz especialista

13 MAR 2017 - 16h:16 Por Paulo Ricardo e Youssef Nimer
Foto: Reprodução / TV Morena

A Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude (Deaij) de Campo Grande tem registrado, por mês, de 10 a 15 casos de brigas envolvendo meninas dentro e fora das escolas. Segundo a doutora em psicologia social Inara Leão, a intolerância decorre da educação pouco promissora principalmente aos adolescentes.

“Ficar tanto tempo preso, com tantas pessoas, na maioria das vezes não confortáveis, era tolerável porque tinha uma promessa de futuro e essa promessa praticamente acabou. Nós temos mesmo é geração perdida”, afirmou Inara.

Para a especialista, a mudança de comportamento dos jovens depende da educação porque “a escola reflete as condições sociais porque é uma instituição social. Como a escola vai lidar com isso ela depende de um consenso social, o que nós queremos para as futuras gerações”.

Um vídeo divulgado há duas semanas mostra duas adolescentes brigando perto da Escola Estadual Padre Mário Blandino, no bairro Aero Rancho, na capital sul-mato-grossense. A briga aconteceu no último dia 2 de março e virou caso de polícia. O motivo foi fofoca e ciúmes por causa de namorados.

“Nós estamos aguardando a remessa do laudo por parte do Imol (Instituto Médico e Odontológico Legal) porque ambas, tanto vítima como agressora, realizaram exame de corpo delito e prontamente o laudo dando entrada na nossa delegacia ele será remetido ao Ministério Público”, afirmou o delegado da Deaij Bruno Urban.

Outro caso aconteceu no dia 21 de fevereiro quando uma adolescente de 12 anos foi agredida por outra de 14, na saída da Escola Estadual Dolor de Andrade, no bairro Maria Aparecida Pedrossian. A vítima ficou cheia de hematomas e, 20 dias depois da agressão, diz que ainda é perseguida.

“A minha mãe sempre leva e busca. Nunca deixa eu ir sozinha, nunca deixa eu voltar sozinha por conta do medo e por conta que a menina continua ameaçando”, disse a vítima.

O caso também é analisado pelo Ministério Público, que pode sugerir uma medida socioeducativa, ou mandar o processo para o juiz decidir. A mãe da vítima ainda vai responder a um procedimento por ter agredido a jovem de 14 anos que bateu na filha.

“Eu fiquei com muita raiva e bati, acabei batendo mesmo e acho que se fosse de novo eu bateria de novo porque não tem como você. Se a guria tivesse o mínimo de respeito ainda, mas não. Disse: ‘Bati e vou bater e pronto’”, contou a mãe.

Fonte: G1

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