Membros da Aldeia Tapirema em Peruíbe, no litoral de São Paulo, encontraram dezenas de raias mortas, de forma misteriosa.
O cacique da aldeia, Awa Tenondegua, disse ao g1 nesta sexta-feira (24), que os índios acordaram sentindo um "cheiro forte". Ele explicou que é costume enviar um guerreiro para dar uma olhada na praia pela manhã. Assim, quando o membro da aldeia foi ao local, se deparou com as raias mortas. "Muito triste", desabafa.
A Secretaria de Meio Ambiente e Agricultura de Peruíbe foi contatada, e o secretário da pasta, Eduardo Ribas, foi averiguar a situação. Ao g1, ele contou que mais de 50 raias e três filhotes de tubarão martelo estavam no local já mortos.
Ribas diz que é improvável que eles tenham encalhado naturalmente, pois é uma área de vegetação, e há certa distância até a orla. A Prefeitura de Peruíbe pontua que o Instituto Biopesca foi o responsável pelo resgate e averiguação do caso, e a Polícia Ambiental pela responsabilização de crimes ambientais.
Segundo o coordenador geral do Instituto Biopesca, Rodrigo Valle, os animais provavelmente foram capturados por redes de pesca de arrasto, que geralmente têm como alvo o camarão.
Em nota, o instituto diz que a maior parte das raias é da espécie Rhinoptera bonasus, que é conhecida como raia ticonha, e algumas tiveram o seu ferrão cortado. O Biopesca ainda pontua que as marcas sugeriam que os cortes tenham sido feitos com algum tipo de lâmina.
Uma equipe recolheu as carcaças, que apresentavam marcas de interação com rede de pesca, e todas elas foram encaminhadas para análise. Um relatório técnico deve ser elaborado pela equipe de biólogos nos próximos dias.
Sarah Chaves - JD1 News