Morreu neste sábado (17), aos 93 anos, o empresário e apresentador Silvio Santos, ícone da televisão e da cultura brasileira. A morte foi confirmada pelo SBT, pelas redes sociais. Ele estava internado no Hospital Albert Einstein, de São Paulo, desde 1º de agosto, para tratar de um quadro de H1N1.
Silvio Santos, cujo nome real é Senor Abravanel, nasceu em 12 de dezembro de 1930 no Rio de Janeiro. Filho do imigrante grego Alberto Abravanel e da turca Rebeca Abravanel, ele começou a trabalhar como camelô aos 14 anos, quando aprendeu a negociar e a expor a sua potência vocal.
A carreira artística de Silvio iniciou quando ele se tornou locutor de rádio em meados da década de 1950. Rapidamente ganhou notoriedade por seu estilo carismático e espontâneo. Então, no início da década de 1960, passou a atuar como apresentador de televisão.
Mais precisamente, ainda com imagem em preto e branco, foi em uma tarde de domingo, 2 de junho de 1963, que Silvio Santos entrou no ar, pela primeira vez, com o programa homônimo na extinta TV Paulista. A tecnologia da época não importava: Senor Abravanel, o homem por trás do Silvio, “sorriu” as palavras iniciais e “coloriu” a transmissão com o carisma característico que o coroaria até hoje, 60 anos depois, maior animador de televisão no Brasil – um sobrevivente do cancelamento, mesmo após tropeços considerados por alguns como socialmente incorretos.
No percurso de mais de meio século, Silvio passou por outras empresas, como a TV Globo. Na década de 1980, o apresentador diversificou suas atividades e criou a sua própria emissora – o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), que, sob sua liderança, se tornou um importante concorrente das redes de televisão estabelecidas no país.
Com o Programa Silvio Santos (PSS), o show sempre foi ele. O contrário, também. Foi assim por décadas até o pandêmico ano de 2020. “Seu show dominical já teve mais de dez horas de duração e já contou com mais de uma centena de formatos. Essas são marcas muito expressivas”, lembrou o professor e escritor Fernando Morgado, autor da biografia “Silvio Santos: A Trajetória de um Mito”, em entrevista a O TEMPO para uma reportagem sobre a celebração de 90 anos do apresentador.
Ironicamente, embora a tecnologia atual permita uma exibição em alta definição de imagem e de som, a “cor” deixou de estar lá. Senor se afastou, em 2020, das atividades como apresentador, sendo substituído, na tela, pela filha, Patrícia Abravanel.
Além de sua carreira na televisão, como empresário, ele fundou o Grupo Silvio Santos, que investiu em diversos empreendimentos, incluindo comércio e imóveis. Não por acaso, além do incensado carisma em frente às câmeras, Silvio também era conhecido por sua habilidade em negócios. Silvio ainda ensaiou uma curta carreira política, chegando a se candidatar à Presidência da República nos anos 80, mas sua candidatura, à época, foi indeferida.
Dono de uma fortuna estimada em R$ 1,6 bilhão, segundo a revista “Forbes”, Silvio Santos deixa seis filhas, Cintia, Silvia, Renata, Rebeca, Patrícia e Daniela, e a esposa, Íris Abravanel.
OTempo