Brasil

Sem flechas, índios voltam a marchar na Esplanada dos Ministérios, em Brasília

27 ABR 2017 - 16h:27 Por Valdeir Simão e Youssef Nimer
Índia faz pose em frente ao cordão de isolamento de policiais militares, durante marcha rumo ao Congresso, em Brasília Índia faz pose em frente ao cordão de isolamento de policiais militares, durante marcha rumo ao Congresso, em Brasília - Foto: Marília Marques/G1

Indígenas acampados em Brasília desde o início de semana ocuparam três das seis faixas do Eixo Monumental, na Esplanada dos Ministérios, na tarde desta quinta-feira (27). A marcha interditou parcialmente a via no sentido rodoviária-Congresso e, segundo os organizadores, reunia 4 mil índios por volta das 16h. A PM calculava a presença de mil pessoas, no mesmo horário.

Participantes afirmaram ao G1 que a ideia da manifestação era fazer "uma caminhada pacífica, sem flechas e celebrando apenas os rituais". Na terça, indígenas e policiais militares entraram em conflito, e houve troca de flechas e balas de borracha entre os dois grupos em frente ao Congresso Nacional.

"As autoridades estão dizendo que nós, indígenas, atacamos primeiro no ato de terça-feira. Estamos aqui hoje para mostrar que não viemos fazer guerra, mas pedir que marquem as nossas terras e parem com o assassinato dos nossos povos", disse Ana Terra, que veio do estado do Mato Grosso para o ato.

No início da tarde, a Polícia Militar montou um cordão de isolamento para revistar os indígenas no acesso à Esplanada, e evitar que eles chegassem ao local com madeiras, flechas e outros artefatos do tipo. Equipes da cavalaria e do Batalhão de Policiamento com Cães (BPCães) também foram acionadas.

Os acampados representam mais de cem povos, que reivindicam a demarcação de terras e propõem a negociação de direitos com parlamentares. Até as 16h, segundo Ana Terra, o grupo ainda não tinha conseguido um encontro com deputados ou senadores, para apresentar as pautas do movimento.

Os índios estão reunidos no DF desde a última segunda (24), na 14ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL).

Confronto anterior

Na terça (25), os índios chegaram a fechar a Esplanada dos Ministérios nos dois sentidos, paralisando o trânsito no acesso a prédios como o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional. Em um momento da marcha, eles desceram rumo à chapelaria do Congresso – rota de acesso de parlamentares e visitantes –, mas foram impedidos por policiais da Tropa de Choque.

Policial e índio apontam armas entre si durante protesto por demarcação de terras indígenas, em Brasília (Foto: REUTERS/Gregg Newton) Policial e índio apontam armas entre si durante protesto por demarcação de terras indígenas, em Brasília (Foto: REUTERS/Gregg Newton)

Policial e índio apontam armas entre si durante protesto por demarcação de terras indígenas, em Brasília (Foto: REUTERS/Gregg Newton)

A PM usou bombas de gás, balas de borracha e spray de pimenta para impedir que os manifestantes seguissem em direção ao prédio. Em resposta, indígenas atiraram flechas contra os militares e em direção ao Congresso.

Mais numerosos do que os policiais, os manifestantes conseguiram furar o bloqueio e começaram a pular dentro do espelho d'água. Caixões de papel foram jogados no gramado e também na água. O grupo protestava contra o governo do presidente Michel Temer e reivindica o avanço na demarcação de terras indígenas.

Fonte: G1

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