Uma médica de Campo Grande registrou um parto considerado raro nesta semana: o nascimento de gêmeos com um dos bebês empelicados. Ambos dividiam a mesma placenta, mas cada um estava em uma bolsa amniótica, fenômeno que é chamado de nascimento de gêmeos monocoriônicos e diamnióticos.
“Esse foi um parto cesáreo de uma paciente que tinha uma gestação gemelar que a gente chama de mono-di, ou seja, ela é monocoriônica e diamniótica: uma placenta com duas bolsas amnióticas. Então os bebês dividem a mesma placenta, mas cada um tem sua bolsa amniótica”, explica uma das médicas que conduziu o parto, Laísa Soares.
O nascimento aconteceu em uma maternidade de São Paulo, onde a profissional campo-grandense cursa sua residência médica em ginecologia e obstetrícia.
“Esse parto foi cesáreo justamente por conta disso, porque existe um risco maior de parto vaginal nesses casos. Não que não possa ser feito, mas existe um risco maior”, afirma.
Isso porque, segundo a médica, existe um risco maior de, ao sair o primeiro bebê, a placenta acabar se descolando e o segundo bebê perder todo o suporte de oxigênio dele.
Opção pela cesárea
“Então foi optado por um parto cesáreo por conta disso”, completa. Todo o procedimento foi acompanhado pela plantonista e preceptora da residência de ginecologia e obstetrícia da unidade de saúde.
“O primeiro (bebê) não nasceu empelicado, a bolsa rompeu na hora que a gente abriu o útero. Na hora que fomos retirar o segundo, vimos que a bolsa ainda estava intacta, então tentamos retirar ele com a bolsa intacta, e conseguimos”, relata Laísa.
“É muito interessante porque parece que o bebê não entende ainda que ele nasceu, né? Porque ele ainda está dentro da bolsa, quentinho. Você pode ver no vídeo que ele está paradinho, nem se mexe, está na paz de Deus”, comenta a médica.
Isso é o que se chama de parto empelicado, aquele parto que a bolsa amniótica não rompeu no nascimento.
“Não é um parto fácil de se fazer no sentido de que não é fácil manter a bolsa amniótica intacta, já que a bolsa é feita de um tecido muito fino. Por isso, até os movimentos que a gente faz para retirar o bebê de dentro do útero são suficientes para romper a bolsa. Mas, nesse caso, a gente conseguiu retirar sem que a bolsa rompesse”, finaliza a profissional.
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