Campo Grande MS

Pais denunciam professor que chamou alunos de "burros" e "pobres" em MS

7 NOV 2024 - 17h:14 Por Redação/EC
Alunos estudando em sala de aula de escola municipal em Campo Grande Alunos estudando em sala de aula de escola municipal em Campo Grande - Foto: Arquivo/Campo Grande News

Pais de alunos de uma escola municipal de tempo integral, do Bairro Jardim Paulo Coelho Machado, denunciaram um professor que chamou os estudantes de “burros” e  “pobres” nesta terça-feira (5). Conforme relatado, o educador começou a ofender as turmas após as crianças formarem fila no local errado.

Por ter dois filhos, de 9 e 11 anos, estudando na escola, a auxiliar administrativa, de 30 anos, preferiu não se identificar. Porém, a mãe relata que o professor de inglês começou a lecionar no local na metade do período letivo de 2024. Ainda é contado que o diretor da escola chamou os pais de duas turmas, terceiro e quinto ano, para conversar sobre o ocorrido.

“O que ocorreu foi que ele pediu para os alunos formarem fila, mas eles entenderam que era para formar fora da sala. Acharam que ia pegar água ou ir ao banheiro. Depois ele disse que era para formar a fila dentro da sala, olhando um para  a nuca do outro. Foi quando ele começou a chamar as crianças de burras e todas as outras ofensas”, explica.

A mãe ainda relata que alguns alunos sofreram ofensas diretas, onde o professor além de chamar a criança, que tem 9 anos, de burra disse “que os pais deveriam ter vergonha dele”. Para uma menina, o homem chegou a dizer que ela não poderia cursar medicina “porque a família é pobre”. Em outro caso, onde um aluno esbarrou em outro, o educador disse que “se acontecesse de novo, ele iria segurar o menino para o outro bater na cara dele”.

Na sala do filho, de 11 anos, da auxiliar administrativa o adolescente foi diretamente ofendido. “Ele perguntou se já haviam terminado as atividades e meu filho disse que tinham pegado a dele. Foi quando ele ‘ai como eu estou com pena de você. Tô cagando para você. Tô nem aí para você’ [sic]”.

Segundo a mãe, o professor ainda afirmou, várias vezes, não ligar para os alunos, pois “o salário dele estava na conta”. Em outro momento, chegou a realizar comparativos sobre a desigualdade salarial entre homens e mulheres.

No mesmo dia em que as ofensas ocorreram, os alunos informaram a situação para a direção da escola. Por meio de um grupo de mensagens, o diretor marcou reunião com os pais nesta quarta-feira (6).

Durante a reunião, a direção afirmou que câmeras de segurança, presentes nas salas de aulas, comprovaram que as ofensas ocorreram. Apesar de não mostrar as imagens, a transcrição do vídeo foi lida para os pais.

Dentre as medidas apresentadas para os responsáveis dos alunos, foi o afastamento e substituição do servidor, que foi convocado. Ainda foi afirmado que os alunos receberão acompanhamento psicológico.

Preocupados, os pais foram até a DEPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente) e registraram boletim de ocorrência por “submeter criança ou adolescenete sob sua autoridade a vexame ou a constrangimento”.

“Eu já fui criança, estudei e não quero que outras crianças passem pelo que os meus filhos passaram. Isso é inadmissível mesmo, porque não tem cabimento um professor, que tá ali para encorajar as crianças, para  inspirar, influenciar as crianças para o bem, e praticamente destruir o sonho das crianças”, desabafa.

Campo Grande News

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