Por iniciativa dos Produtores Culturais, em parceria com a Academia de Letras do Brasil (ALB) – Seccional de Coxim, dando sequência ao que ficou decidido no fórum de 2016, realizaram no dia 15 de março de 2017, nas dependências da sede provisória da ALB, Av. Márcio Lima Nantes, 120 no Parque Temático e Histórico do Pantanal em Coxim, o 17º FORARTE – Fórum de Arte e Cultura.
Estiveram presentes os membros fundadores da ALB: Josimar Miranda, José Alves Branco Correia, Adelino Alexandre Lopes, Cleso Firmino, Neide Monteiro Rosalia Mochi e Celina Teodoro de Castro. Também se fez presente o professor Marcelo Mariano.
Na abertura do evento tocou a música Pé-de-Cedro como pano de fundo, fazendo memória ao saudoso Professor Henrique de Melo Spengler, Historiador, Artista Plástico e idealizador do fórum.
O presidente interino da ALB, Adelino Alexandre Lopes que também é Coordenador Executivo do 17º FORARTE, fórum que todos os anos é realizado em homenagem ao poeta Zacarias Mourão, agradeceu a presença de todos e ressaltou sobre a importância da sequência das discussões realizadas, a cada ano no fórum, em prol da construção de uma agenda de propostas para implementar o Plano Municipal de Ações e da Política Cultural de Coxim.
As ideias do encontro
No Toró de Palpites dentre as ideias que surgiram, destacou-se que não adianta se revoltar com a administração pública pela não valorização da cultura local. O importante seria tornar a cultura coxinense autossustentável e que, para isso, é de relevante importância a união dos produtores dos vários segmentos da cultura local.
A valorização do marco cultural Pé-de-Cedro, com a produção de mudas para serem oferecidas aos turistas e à população coxinense também surgiu como indicativo para promoção desse patrimônio Histórico e Cultural de Coxim que junto com o potencial turístico se entrelaçam. Nesse sentido foi sugerida a realização de um Tour para visitação dos ricos potenciais do município.
Outras ideias foram surgindo, tais como: fazer lembranças (souvenir) do tronco do pé-de-cedro para venda, com a colaboração individual dos produtores culturais na produção das peças, criação de chaveiros com fotos dos produtores culturais de destaque no município (Henrique Spengler, Zacarias, Clarice Rondon, Célia Mourão, Otávio Gonçalves Gomes, Padre Nunes), cartões postais do Cristo Redentor do Pantanal, Pé-de-Cedro, busto do poeta Zacarias e também medalhas com motivos monçoeiros.
Ainda, institucionalizar o FORARTE com contribuição mensal dos associados, com isso oportunizaria a participação dos produtores culturais nos eventos e também no auxílio aos integrantes de grupos culturais. A cultura coxinense precisa buscar meios para manter-se viva com recursos financeiros próprios.
Desenvolver projetos para realização de um tour com alunos das escolas do município, visitando os pontos históricos e culturais do município (Pé-de-Cedro, Museu Arqueológico e Histórico de Coxim, Marco da Guerra do Paraguai, Catedral São José, Praça dos Pescadores, Ponte velha e nova, Cristo do Pantanal).
É preciso que as pessoas conheçam e se apropriem da cultura local. Pois quem conhece ajuda no resgate, na divulgação e na valorização das manifestações culturais. Existe um grande potencial cultural, e os produtores culturais precisam tomar ciência disso e acreditarem na possibilidade de recursos próprios, para promoverem o desenvolvimento de suas atividades, sobretudo na identificação de novos talentos, assim como, contribuírem na sua formação para que eles vislumbrem uma projeção local, regional, estadual e nacional.
Metas estipuladas
Buscar a parceria do Poder Público e da Imprensa (veículos de comunicação local) para divulgação das ações culturais, sobretudo na valorização da produção e dos produtores culturais.
Convocar uma reunião, para identificação dos Produtores Culturais com a finalidade de composição e reativação do Conselho Municipal de Cultura, instância de controle, fiscalização e de indicação das ações de políticas públicas de cultura no município.
Fortalecer a união dos Produtores Culturais, pois, com a falta de união perde-se a verdade, o respeito pela própria arte. Há necessidade também de se formar, além de espectadores, também incentivar a formação de substitutos, ou seja, a descoberta de talentos, como organizadores de eventos culturais.
Pontos a serem trabalhados
Desapego de vaidades individuais dos artistas, em benefício próprio, e que o foco das ações culturais seja para o crescimento de todo o grupo. É preciso despertar nas pessoas a autoestima para influenciar na participação dos grupos. No campo da literatura existe união.
A nuvem de ideias encontra um entrave, no campo do artesanato, das artes plásticas, da dança, do teatro e da música. Aonde expor as peças artesanais e a telas produzidas; Aonde realizar a apresentação dos grupos de dança; aonde realizar o Sarau. E também, onde estão estes produtores culturais.
Alguns pensam que o passado tem que ficar sempre em evidência, entretanto, o mais importante é que, além de resgatar e valorizar a história é necessário que haja uma sequência na construção do presente visando à projeção de novas performances culturais. Existe a necessidade de renovação e inovação.
No campo do esporte, que também é importante na produção cultural, existe dificuldade de cessão dos espaços para realização de treinamentos e eventos.
Pontos de relatórios anteriores
Entre os pontos que foram retomados dos relatórios anteriores do Forarte e passam a fazer parte também da tempestade de ideias do fórum, foram:
1) A necessidade da intervenção do Ministério Público na resolução da ação civil pública proposta em 2009, solicitando a nulidade da lei de doação e o consequente remembramento ou unificação da matrícula, da área que fora doada da Praça Zacarias Mourão ao Estado de Mato Grosso do Sul;
2) A busca de solução para resolver o problema de interdição da Concha Acústica; e
3) O término da construção do Centro de Eventos, na Avenida Federal do Bairro Piracema.
Fonte: Adelino Alexandre Lopes é Diretor Executivo do 17º FORARTE – Fórum de Arte e Cultura de Coxim.