Coxim MS

Acadêmicos da UFMS de Coxim promovem mutirão contra a dengue

30 MAR 2017 - 16h:50 Por Paulo Ricardo

Acadêmicos do 1º ano do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus Coxim, realizaram no mês de março de 2017 ações de conscientização com moradores de três bairros do município sobre o combate ao foco da Dengue.

A iniciativa partiu da professora Danielly Cristina de Andrade Palma da disciplina de Saúde Ambiental. Segundo a professora, “...o objetivo principal do trabalho era aproximar os acadêmicos de enfermagem com a população e observar na cidade possíveis focos do mosquito da dengue, tendo em vista que ano passado ocorreram vários casos no município...”.

Outro ponto destacado pela professora, foi aproximar a teoria com a prática da Enfermagem. A ação nos bairros foi para orientar os moradores quanto às boas práticas e para eliminar possíveis focos do mosquito transmissor da Dengue (Aedes aegypti).

“...o resultado foi muito positivo, visto os relatos dos alunos durante as apresentações realizadas após as visitas. Fiquei muito feliz, pois todos os objetivos foram atingidos. Destaco as experiências adquiridas e vivenciadas pelos acadêmicos do primeiro ano do curso de Enfermagem a partir desse trabalho, onde praticaram uma ação social”, finalizou a professora Danielly.

Entenda como foi à ação

Os acadêmicos se dividiram em três equipes. Cada equipe ficou responsável por visitar 50 casas nos bairros: Piracema, Santa Maria e Flávio Garcia. A escolha dos bairros foi definida pelo resultado do LIRA (Levantamento Rápido do Índice de Infestação) realizado no município no mês de novembro que os identificou com um número preocupante de focos do mosquito da dengue.

Bairros selecionados para o trabalho de campo. Imagem: Google Maps

Inicialmente cada equipe realizou um levantamento “in loco” da região para delimitar as ruas e casas que seriam visitadas. A meta estipulada inicialmente era de 150 (cento e cinquenta) casas, mas a motivação dos alunos pelo trabalho de campo ultrapassou esse valor e aproximadamente 200 (duzentas) casas foram visitadas durante a ação. Vale ressaltar a receptividade que os alunos tiveram por parte dos moradores.

Acadêmicos realizando o primeiro levantamento com moradores e possíveis locais de foco dos mosquitos. Fotos: Paulo Ricardo

"...conseguimos atingir todos os objetivos propostos e ultrapassamos a meta estipulada de 150 casas visitadas..., agora eu tenho certeza que fiz a escolha certa, eu amo a arte do cuidar ...", disse a acadêmica Roseli Ferreira de Morais para a reportagem do Diário X.

As equipes em campo. Fotos: Paulo Ricardo / Alunos​

Além das orientações passadas, todos os possíveis focos identificados pelos alunos foram eliminados.

Possíveis locais com foco do mosquito foram vistoriados e eliminados pelos Acadêmicos. Fotos: Paulo Ricardo / Alunos

Saiba mais sobre o mosquito transmissor da Dengue

Qual a origem do mosquito Aedes Aegypti?

A. aegypti é originário do Egito. A dispersão pelo mundo ocorreu da África: primeiro da costa leste do continente para as Américas, depois da costa oeste para a Ásia.

Por que o nome Aedes Aegypti?

O vetor foi descrito cientificamente pela primeira vez em 1762, quando foi denominado Culex aegyptiCulex significa “mosquito” e aegypti, egípcio, portanto: mosquito egípcio. O gênero Aedes só foi descrito em 1818. Logo verificou- se que a espécie aegypti,  descrita anos antes, apresenta características morfológicas e biológicas semelhantes às de espécies do gênero Aedes – e não às do já conhecido gênero Culex. Então, foi estabelecido o nome Aedes aegypti.

Quantas pessoas um mosquito é capaz de infectar?

Os mosquitos fêmea sugam sangue para produzir ovos. Se o mosquito da dengue estiver infectivo, poderá transmitir o vírus da dengue neste processo. Em geral, mosquitos sugam uma só pessoa a cada lote de ovos que produzem. O mosquito da dengue tem uma peculiaridade que se chama “discordância gonotrófica”, que significa que é capaz de picar mais de uma pessoa para um mesmo lote de ovos que produz. Há relato de que um só mosquito da dengue infectivo transmitiu dengue para cinco pessoas de uma mesma família, no mesmo dia.

Por que só a fêmea pica?

A fêmea precisa de sangue para a produção de ovos. Tanto o macho quanto a fêmea se alimentam de substâncias que contêm açúcar (néctar, seiva, entre outros), mas como o macho não produz ovos, não necessita de sangue. Embora possam ocasionalmente se alimentar com sangue antes da cópula, as fêmeas intensificam a voracidade pela hematofagia após a fecundação, quando precisam ingerir sangue para realizar o desenvolvimento completo dos ovos e maturação nos ovários. Normalmente, três dias após a ingestão de sangue as fêmeas já estão aptas para a postura, passando então a procurar local para desovar. 

Como o Aedes Aegypti chegou ao Brasil? Há registro histórico de dengue no passado?

As teorias mais aceitas indicam que o A. aegypti tenha se disseminado da África para o continente americano por embarcações que aportaram no Brasil para o tráfico de escravos. Há registro da ocorrência da doença em Curitiba (PR) no final do século 19 e em Niterói (RJ) no início do século 20.

A dengue ocorre só no Brasil?

Não. Há registro da doença em diversos países das Américas, bem como na África, Ásia, Austrália e Polinésia Pacífica.

Fonte: Perguntas e Respostas pelo Instituto Oswaldo Cruz via Portal da Saúde (http://portalsaude.saude.gov.br)

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