Um projeto pioneiro para o plantio de soja em Coxim, no Mato Grosso do Sul, foi iniciado na manhã desta quinta-feira (26), em uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Coxim, a Fundação Chapadão e a Semadesc/Governo do Estado de MS.
O campo experimental foi instalado na Fazenda Renascer, a 40 km do município, de propriedade do senhor Rafael Gratão, produtor rural e presidente da Associação do Novilho Precoce.
O objetivo do projeto é testar diferentes variedades de soja e avaliar a viabilidade técnica e econômica da cultura na região, que é tradicionalmente voltada para a pecuária. A ideia é promover a integração lavoura-pecuária, aumentando a produtividade, a renda e o desenvolvimento local.
A visita técnica ao campo experimental contou com a presença de representantes de várias instituições e empresas, como a Coplan, o IFMS – Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, a Câmara Municipal, Polícia Militar, produtores rurais, entre outros.
O prefeito Edilson Magro destacou que o projeto é uma oportunidade para atrair novos plantadores de soja para a região. “Nós já estamos trabalhando nesse sentido. Mas precisamos de algo técnico. Porque o grande plantador de soja, como já temos alguns aqui, ele vem para região e solicita estudos de viabilidade, de terra, de clima. E é isso o que estamos fazendo, iniciando esses estudos para futuramente termos produtores de soja em Coxim, gerando emprego e renda", disse.
O proprietário da fazenda que cedeu o espaço para os estudos, Rafael Gratão, afirmou que a parceria é muito promissora para o futuro. “Um trabalho formiguinha onde a gente vai introduzir a cultura de soja na propriedade, testando várias variedades e chegando a uma variedade melhor para região. Aí futuramente aumenta essa área e começa a escalonar na região. Então estamos muito felizes com essa possibilidade”, declarou.
O engenheiro-agrônomo e pesquisador em fitotecnia da Fundação Chapadão, Fábio Lima Abrantes, explicou que Coxim tem potencial para o plantio de soja. “Basta a gente direcionar alguns estudos dentro da viabilidade desses materiais e o posicionamento, a questão de época de semeadura, população de materiais. Mas com relação ao potencial com certeza tem potencial e tem como fazer um mapeamento bem significativo da área para ter elevados tetos produtivos”, afirmou.
Ele estimou que o primeiro resultado da colheita de soja será obtido em março ou abril de 2025. “Então, com esse resultado a gente já consegue filtrar primeiramente a época de semeadura e quais são os principais materiais adaptados para a região”, disse.
O diretor-executivo da Fundação Chapadão, André Piesanti, ressaltou que o projeto vai trazer benefícios para os dois segmentos envolvidos: a soja e o gado. “A Fundação Chapadão vai trazer a sua equipe de pesquisa, a equipe técnica, para demonstrar, para viabilizar o plantio de soja na região com a integração lavoura-pecuária, o qual vai fomentar os dois segmentos, levando maior produtividade, levando maior aumento de gado por hectare e trazendo consequentemente o aumento da produção de carne para o município, agregando, trazendo mais qualidade de vida, agregando, gerando mais receitas para o município e gerando empregos, sendo isso que toda a região precisa”, disse.
Além dos parceiros já citados, o projeto também conta com o apoio da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), que é responsável pelo programa Pró Solo. O técnico da Agraer Oscar Serrou Camy, que no dia representava o secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico e Sustentável, Rogério Beretta, disse: “O Pró Solo, dentro da estrutura da secretaria, ele é um projeto, um plano importante de conservação de solo das microbacias do estado. Em especial aqui somos parceiros aqui da fazenda com relação à conservação do solo, uma atividade agrícola como a soja, exige um solo muito bem conservado, com práticas de conservação para não ter o risco dos insumos para APP. Então a gente tá aí com um plano desenvolvendo uma micro bacia em Coxim e do projeto aqui da fazenda somos parceiros na conservação do solo e temos toda a estrutura aí para ser dar todo o apoio que for necessário”.
Outro parceiro importante é o IFMS, que abrirá o Curso de Agricultura em 2024 no campus de Coxim. O professor Luciano Silva explicou que o instituto pode contribuir com a formação de profissionais qualificados para atuar na região. “A nossa principal contribuição, certamente, é na formação do profissional. O curso que iniciaremos no próximo semestre, já em 2025, é de agropecuária. Ouvimos aqui que a ideia é justamente relacionar tanto o agro quanto a pecuária. E o curso nosso ele traz justamente esse ensejo, a gente quer é a preparação da mão de obra qualificada para atuar na região e trazer o maior desenvolvimento”, disse.
Ele também afirmou que o IFMS está disposto a fazer parceria com a Fundação Chapadão na questão dos estudos e das informações sobre a cultura da soja. “A gente se coloca à disposição para contribuir. Estamos bem pertinho do campo experimental, podemos auxiliar na coleta de informações e repassar para a Fundação. É uma situação em que a gente contribui e a gente aprende também. Temos nossos alunos, eles têm aulas teóricas e precisam de aulas práticas, então é o momento deles também virem com essa parceria, com o técnico, com o profissional”, disse.
Augusto Marques/AssCom PMC