Ainda incompleto o tabuleiro da sucessão em 2022
COMPARAÇÃO: O jogo de xadrez é comparável a política. Parecidos, mas com regras próprias. 32 peças no tabuleiro; capturar o rei é o objetivo. As regras imutáveis e definidas. Já na política, há apenas conceitos com liberdade de movimentos. Mas em ambos se exige o ‘timing’ na leitura das futuras jogadas adversárias.
‘AQUI AGORA!’: Está na hora ou seria cedo demais para os preparativos das eleições estaduais? Depende da posição e visão das lideranças interessadas. Hoje os governistas em vantagem por motivos óbvios, amparados na estrutura do poder, fator influente nas ações políticas no cenário atípico devido a pandemia.
TEREZA CRISTINA (DEM): Só levou experts para o Ministério da Agricultura; discreta, aproveita o ‘boom’ do setor; evita colisões políticas. Preserva a imagem na ‘guerra do meio ambiente’ do agronegócio, longe de escândalos, respeitada até pela oposição como agente do 1º escalão - errando pouco neste período econômico conturbado.
REGISTROS: Até Abril de 2022 ela terá que tomar decisões para viabilizar seu nome ao Senado: deixar o Governo, definir a filiação partidária e continuar ou não como aliada do presidente Bolsonaro. E como irá se vincular à candidatura ao Governo do Estado e que apoie a reeleição presidencial? Qual seria o seu time? Seu prestígio nacional teria força para repercutir no eleitorado?
‘DEMOCRATAS’: No MS é parceiro do PSDB, ainda sem rumo certo na sucessão presidencial. A eleição presidencial mudaria essa relação? Qual seria a posição de Tereza Cristina e do DEM neste eventual cenário nebuloso? Não se pode descartar ainda a candidatura do ex-ministro Luiz H. Mandetta ao Palácio do Planalto pelo mesmo Democratas.
EM FRENTE: O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) vem aproximando seu secretário Eduardo Riedel de prefeitos e lideranças. A estratégia vem dando certo pelo envolvimento direto de Riedel nas ações governamentais . A boa avaliação da gestão estadual, a força do PSDB com quadros influentes na capital e interior, as apostas dos tucanos para elegerem o sucessor de Reinaldo.
DEPUTADOS & AÇÕES: Paulo Corrêa (PSDB): Presidente também engajado nos eventos e ações ambientais; é sua a proposta criando área de proteção das nascentes dos rios da Prata, Formoso, Peixe, Aquidauana e afluentes. Zé Teixeira (DEM): Lembrou que o Governo de MS doa 15 mil cestas básicas mensais aos índios e que a fala de Eduardo Moreira no YouTube denegriu a imagem de Dourados. Amarildo Cruz (PT): reafirmou após a posse seus ideais e o legado de Cabo Almi. Lucas de Lima (SOL): seu projeto propõe o fim das limitações dos planos de saúde no atendimento aos portadores de autismo. Lídio Lopes (Patri): pede ciclovia na MS 296 (Eldorado a Porto Marumbi); recepcionou a deputada Ivana Bastos, presidente da UNALE; sua emenda permitiu a instalação da ‘Sala Lilás’ em Eldorado e Iguatemi.
RAIO X: Se houvesse detector para aferir a personalidade de políticos, o alarme dispararia. Deles eu excluiria o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), que com ou sem mandato é o mesmo. Aliás, dias após seu último mandato ele estava num hospital paulistano. Indagado sobre os motivos de sua presença, respondeu: “sou médico, tenho que trabalhar para viver”.
ALCKMIN: Vereador, prefeito de Pindamonhangaba (SP), deputado estadual e federal (duas vezes), assumiu (era vice de Mario Covas) o Governo paulista em 2001; reeleito em 2002; eleito governador em 2010, reeleito em 2014. Apesar do poder nestes anos Alckmin mora no mesmo apartamento e sem estar rico voltou à profissão anterior a política, raridade no país.
‘DECENTES’: Graças as firulas jurídicas muitos políticos ostentam o ‘diploma’ de ficha limpa como passaporte de novos vôos. Mas nem sempre essa certificação retrata a real trajetória deles. Se o bom contador é capaz de justificar a meteórica riqueza de um político ‘esperto’, o bom advogado garante a sua condição de ficha limpa.
CONCLUSÕES: A política é a arte de tornar possível o necessário, mas sem ceder no essencial. O eleitor é esperto; até vota no candidato que seu partido oferece, mas lava as mãos e não se responsabiliza por ele. A política nos municípios não é ato individual, solitário, de efetiva consciência. Não confunda patriotismo com nacionalismo.
AÇÕES & DEPUTADOS: Neno Razuk (PTB); destinou R$ 40 mil ao Centro de Convivência Renascer de Paranaíba; pede veículo para a Secretaria do Meio Ambiente de Tacuru; quer atenção especial da Polícia para atender os indígenas de Dourados. Mara Caseiro (PSDB): pede a reforma da escola estadual de Rochedo, do prédio do Batalhão Policial de Naviraí e 3 viaturas à Polícia Militar. Marçal Filho (PSDB): acompanha a tramitação de várias matérias de sua autoria e insiste nas ações de combate a violência crescente contra as mulheres.
NA PELE: Se não é a depressão é a angústia, a fadiga virtual, o cansaço pela mesmice dos dias, incerteza da eficácia das vacinas e o advento das novas cepas rebaixando a faixa etária vulnerável. Portanto a situação exige cuidados. A morte de parentes e amigos é aviso cruel. O Covid-19 não discrimina; é uma espécie de democracia macabra.
1 - RETROVISOR: Números finais das eleições no 1º turno para o Governo de MS. em 1998: Ricardo Bacha (PSDB) 309.330 votos; Zeca do PT 263.350 votos; Pedro Pedrossian (PTB) 220.362 votos; Heitor de Oliveira (Prona) 10.489 votos. No 2º turno Zeca chegou aos 548.040 votos contra 346.466 de Bacha. Diferença de 201.574 votos.
2 - RETROVISOR: Resultado das eleições (2º turno) para Governador de MS. em 2002: Zeca do PT (reeleito) 509.843 votos; Marisa Serrano (PSDB) 447.398 votos; Moacir Khol (PDT) 55.350 votos; Carlos Marun (PTB) 22.488 votos; Claudio F. Souza (PSB,PRB, (PRONA, PGT) 18.222 votos; Claudio Anache (PTC) 1.619 votos.
DEPUTADOS & AÇÕES: Capitão Contar (PSL); Lamenta o adiamento da decisão do TJMS sobre a CPI da Energisa para aferir os relógios da empresa. Diz seguir na defesa do consumidor. José C. Barbosa (DEM): debateu aspectos da situação indígena na região de Dourados quer o direito ao acesso de garis aos banheiros públicos e de comércios. Evander Vendramini (PP); em projeto propõe denominar ‘Padre Pasquale Forin’ o trecho ligando a BR 162 ao distrito de Albuquerque; quer a criação da Frente Parlamentar em defesa do rio Taquari. Gerson Claro (PP): presidiu reunião da CCJR com 8 matérias apreciadas e participou das sessões semanais da Casa. Antônio Vaz (REP); seu gabinete itinerante atendeu as populações da Vila Margarida e Nova Lima na capital; presidente da Comissão Estadual da Saúde, atento às questões do Covid-19.
‘EXPLICADO’: Nos meios jurídicos critica-se a decisão do STF proibindo que a Polícia Federal investigue a denúncia do ex-governador Sergio Cabral (MDB) contra o ministro Dias Tóffoli, que participou da sessão. Em nome do corporativismo, a corte ignorou o artigo 252 do Código de P. Penal. Mais um gol contra a lei – mas à favor dos ‘intocáveis’.
CORPORATIVISMO: Também há no Congresso. Veja bem; das 184 representações desde 2002, só 9 punições: 7 cassações, uma suspensão, uma censura. Os cassados: José Dirceu (PT), Roberto Jefferson (PTB), André Luiz (MDB), Natan Donadon (MDB), André Vargas (PT), Pedro Corrêa (PP), Eduardo Cunha (MDB) e Paulo Maluf (PP). Só gente fina.
FINALMENTE... Desde sua implantação em 1982 o Parque dos Poderes não passava por uma reforma geral, que além de conservá-lo ganhasse intervenções compatíveis com as necessidades dos atuais frequentadores. A reforma anunciada pelo governador Reinaldo é zelosa na preservação da flora e fauna do emblemático espaço público na capital.
MINEIRICE: “Ser mineiro é esperar pela cor da fumaça. É dormir pra não cair da cama. É plantar verde para colher maduro. É não meter a mão na cumbuca. É não ter passo maior que as pernas. É não amarrar cachorro com linguiça. Porque mineiro não prega prego sem estopa. Mineiro não perde o trem. Mineiro é um nômade.”
PÍLULAS DO GUIMARÃES ROSA:
Viver é um rasgar-se e remendar-se.
Obedecer é mais fácil que entender.
Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende.
A gente morre para provar que viveu.
Quem desconfia fica sábio.
Medo, não, mas perdi a vontade de ter coragem.
Viver é muito perigoso. Sempre acaba em morte.
Cavalo que ama o dono, até respira do mesmo jeito.
Em quase que nada sei. Mas desconfio de muita coisa. .
Uma coisa é pôr ideias arranjadas, outra coisa é lídar com país de pessoas.