COLUNA

Manoel Afonso

Bolsonaro: o mito pode virar mico?

2 JUN 2021 - 10h:46 Por Manoel Afonso

A PERGUNTA: O PSDB seria o PT de gravata? Quem concorda, se reporta aos dois partidos juntos na ‘Diretas já” e aos pontos em comum nas gestões de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Lula (PT). E mais: FHC elogiou e teve atitudes de apoio a Lula em algumas situações. E ultimamente - FHC vem fazendo críticas ao atual Governo Federal.

OS DISCORDANTES lembram que FHC fora o maior antagonista do PT em 1994 e 2014 e que no comparativo da atuação de ambos os partidos - a Social Democracia tucana inspirada no pensamento do sociólogo alemão Max Weber - é muito diferente da linha ideológica petista que se posta bem mais à esquerda.

O ENCONTRO recente de FHC e Lula mexeu com o protagonismo da eleição de 2022. Se os petistas comemoram, os tucanos lamentam, os bolsonaristas se irritam. Os tucanos juram; o PT não será a opção, e que isso poderia ajudar a derrotar Bolsonaro mas não ajudaria o PSDB que planeja até liderar uma frente ampla.

COSTURAS: Antes de FHC, Lula esteve com o ex-presidente Sarney (MDB), Gilberto Kassab (PSD), Rodrigo Maia (DEM) e Eunício de Oliveira (MDB). Ele quer atrair alguém do centro para vice, tipo José de Alencar em 2002 (PL). O deputado Aécio Neves, os governadores João Dória (SP) e Eduardo Leite do RS. criticaram o encontro e prometem reagir.

NO DIVÃ: O PSDB em crise a partir do ‘ninho’ paulista. As articulações de Dória excluem o ex-governador Alckmin, que pode deixar a sigla. O apoio de FHC ao nome de Eduardo Leite para o Planalto não é unanimidade. Essa fragmentação gera incertezas e passa imagem de partido desunido com lideranças passíveis de cooptação.

DEPUTADOS & AÇÕES: Paulo Correa (PSDB): homenageará os ex-deputados Onevan de Matos e Cabo Almi com denominação de salas da Casa com seus nomes; junto com a Fiems e Seinfra tem plano da retomada econômica. Zé Teixeira (DEM): requer instalação de base da Polícia Rodoviária Estadual na MS-145, entre os distritos de Ipezal e Pana; pede redutor de velocidade na rua Maria Povoa Braga no Residencial Oiti, na capital. Lucas de Lima (SOL): ativo nas redes sociais na prevenção do Covid; em defesa dos animais e da preservação ambiental na zona urbana das cidades, inclusive. Pedro Kemp (PT): lamentou a perda do Cabo Almi e a condução da política anti-Covid pelo Palácio do Planalto. Lídio Lopes (Patri): comemora a sanção lei de sua autoria sobre expedição de certidão de nascimento em braile aos deficientes visuais.

DESAFIOS: Conseguirá o PSDB atrair outros partidos e lideranças descomprometidas com os 2 pólos (direita e esquerda) da disputa? O êxito dependeria da economia ou da questão sanitária apenas? Qual o discurso para seduzir, convencer o eleitor insatisfeito com o atual governo e que discorda do eventual do retorno do PT ao poder?

SEM PROBLEMAS: A relação do Governo Estadual com o PT é bem melhor do que nas duas gestões anteriores. Os deputados petistas se dizem muito mais respeitados nas suas tratativas. Lembro, o ex-governador Zeca do PT é crítico do ex-governador Puccinelli (MDB), o que, aliás, inviabilizaria a aproximação das duas siglas em 2022 na sucessão presidencial no Estado.

BOLSONARO: Até boa parte de quem o escolheu já critica sua postura ‘irreverente’ em eventos públicos. No início imitou a atitude de Donald Trump minimizando com ironia os perigos da Covid-19 - mas depois não fez a reflexão admitindo o equívoco e mudando a opinião. Os sinais reprovadores já aparecem nas pesquisas nas eleitorais.

ROSE MODESTO: A aprovação de seu projeto é manchete nacional. O feminicídio deixa de ser só uma agravante e terá tipificação própria no Código Penal. Aumenta a pena de 12 para 15 anos, reflete na Lei de Execução Penal, acabando com a criticada ‘saidinha’ dos assassinos. Resta a aprovação do Senado para o Presidente Bolsonaro sancionar.

AÇÕES & DEPUTADOS: Barbosinha (DEM): aprovado seu projeto sobre venda de armas de fogo aos policiais inativos; voto de louvor aos empresários da granja de suínos Nossa Senhora Aparecida em Indápolis; registrou os investimentos do Governo do Estado no sistema viário de Dourados; Evander Vendramini (PP): passou na CCJR seu projeto beneficiando o menor sob guarda judicial nos planos de saúde; pedirá a reativação da comissão que trata do rio Taquari. Gerson Claro (PP): pede ao Governo a pavimentação da MS-455 entre a capital e Rio Brilhante, beneficiando Nova Alvorada e Sidrolândia; presidiu reunião da CCJR/Alems. Capitão Contar (PSL): fiel aos seus princípios, pede o mesmo critério na tramitação de todas as propostas legislativas apresentadas na Casa.

CABO ALMI: Ao seu estilo, o saudoso deputado não deixou nódoas. Honrado, de cobrador de ônibus à Assembleia Legislativa, não se envolveu em escândalos. Ao contrário de outros políticos que após eleitos mudaram de hábitos, casa ou bairro, ele permaneceu morando no mesmo lugar. Seu sucessor Amarildo Cruz (PT) é experiente, preparado para a missão. Boa sorte.

CARÁTER & HONRA: A mídia que expõe os lamentos pela morte de Cabo Almi, fala de seus predicados, é a mesma que notícia fatos do submundo do crime envolvendo quem deveria dar bom exemplo. A prisão por extorsão do ex-deputado e coronel José Ivan de Almeida, escancara os perfis morais de autoridades. Almi e Ivan: a comparação é inevitável, a conclusão é do leitor.

VOTO IMPRESSO: Além do custo (R$3 bilhões), haveria outros desafios: projetar equipamentos, abrir concorrência e treinar o pessoal. E a lei diz que as regras eleitorais precisam estar definidas um ano antes do pleito. Aí temos pouco mais de 4 meses para sua aprovação e cumprir outros trâmites. Neste mundo cada vez mais digital o voto impresso não seria utopia?

NO FIO DA NAVALHA: Prefeitos e governadores na difícil missão de conciliar os interesses econômicos com os desafios da saúde. Uma sinuca de bico. Queremos ficar vivos, mas levando a vida de antes do Covid. Esse dilema é universal. Mas para tentar recuperar o patrimônio ou emprego é preciso sobreviver. O que vale é a vida! Pense bem nisso!

DEPUTADOS & AÇÕES: Marçal Filho (PSDB): repudia a fala do economista Eduardo Moreira à Leda Nagle no Youtube denegrindo a imagem de Dourados. Antônio Vaz (Rep): tem projeto que eleva a qualidade de vida dos entregadores delivery; adotou o gabinete itinerante na capital. Mara Caseiro (PSDB): pede ao DNIT a recuperação da BR-267 (Jardim/Porto Murtinho); ciclovia em Eldorado; anfiteatro em escola pública de Caarapó. Neno Razuk (PTB): elogia as obras do Governo Estadual na rua Coronel Ponciano, em Dourados; manifestou-se pela morte do ex-deputado Cabo Almi (PT), enaltecendo sua conduta.

‘COFFEE BREAK’: O banco tem 24 réus de várias estaturas políticas, até o ex-governador Puccinelli (MDB). A ação de 18 mil páginas desnuda gente com cara e pose de santos, adoradores do poder. O ex-prefeito Alcides Bernal (PP) da capital ‘rasgou o verbo’ ao depor. Insistiu: foi vítima de complô de políticos e empresários. A opinião pública já tem seu veredito. Agora é a vez da justiça.

NELSINHO TRAD: Mostra serviço como senador (PSD), destravando projetos e liberando verbas. Para Costa Rica foram R$1,8 milhão para o esgoto e a criação da agência da Caixa E. Federal; R$375 mil para obras do esgoto de Dourados onde já tinha liberado R$8 milhões; para Três Lagoas R$1 milhão para recuperação de ruas e estradas. Antes liberou R$1,8 milhão para o esgoto sanitário. Nesses 2 anos já liberou R$10,7 milhões para a Educação de MS.

BRASIL: De seus 400 milhões de hectares agricultáveis só utiliza 62 milhões. Fora a Amazônia e outras áreas vetadas, temos mais terras agricultáveis do que a Rússia e os ‘States’ juntos. Temos mais água renovável do que a Ásia (4 bilhões de pessoas). Dos 10 maiores aquíferos subterrâneos, os 2 maiores estão aqui. Dados que atestam o potencial econômico brasileiro.

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