Brasil na Copa & reflexo nas urnas
SIGA LA PELOTA Com ou sem vodka os eleitores curtem a Copa da FIFA na Rússia. Já os políticos candidatos continuam agindo com viagens ou pelo econômico ‘WhatsApp’. O vazio é notório no saguão e sessões da Assembleia Legislativa, como sempre ocorre em ano de eleições. Deputados cuidam de acordos, alianças e detalhes que dispensam público. Antigamente os candidatos distribuíam a tabela dos jogos, mas nesta Copa esqueceram disso.
A LEITURA que se faz: o eventual fracasso do time do Brasil influenciará no ‘desânimo’ do eleitor já indignado - com a tendência de aumentar o percentual de abstenção, nulos e brancos. Já no caso de vitória - a autoestima subirá e esses percentuais negativos diminuirão. É psicológico esse fenômeno popular repetitivo.
CARONA Se o Brasil vencer, o MDB do presidente Michel Temer será beneficiado? Não há clima para isso! Incomparável o quadro brasileiro com o ocorrido em outras Copas, onde os governantes usaram deste esporte em benefício próprio. Foi assim com Alemanha nazista e também após a reunificação, a Itália com o fascismo, o Brasil da Ditadura em 1970 e 1994 com Fernando H. Cardoso (Plano Real) – além da Argentina em 1978 com os militares no poder. Agora é o presidente russo Putin tirando proveito.
A PROPÓSITO As torcidas organizadas de times de futebol protestam contra os maus resultados e gestão ruim da diretoria. E por que os eleitores filiados a partidos políticos envolvidos em escândalos não repetem a postura os torcedores de futebol? Mas fazem pior: sentam em cima do próprio rabo e culpam os partidos políticos adversários. O torcedor de futebol é mais coerente: vaia o time nos estádios ou está nas passeatas pedindo mudanças no clube. O torcedor paga o ingresso e só quer a vantagem da satisfação, do prazer.
A CORRIDA O quadro mostra 6 pré-candidatos em condições de chegar ao 2º turno: Álvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Jair Bolsonaro (PSL), Marina Silva (Rede) e o “candidato do ex-presidente Lula (PT)”. É difícil, mas não impossível, que um deles ganhe as eleições já no 1º turno, dependendo do que ocorrer no país durante a campanha: um escândalo nacional, agravamento da crise econômica ou tropeços irrecuperáveis de candidatos. Eleição - você só sabe como começa.
NA ANÁLISE do potencial deles, apenas Alckmin e o ‘candidato do PT’, tem força própria. O candidato tucano se posta ao centro e em tese apenas Álvaro Dias poderia ameaçá-lo - pois está à vontade para defender as ações da Lava Jato e enveredar-se pelo discurso anticorrupção. Maior tempo no horário eleitoral seria fundamental. Já o “candidato do PT” tem expectativa da transferência de votos de Lula, além de bom tempo na TV. Compondo com o PSB e outras siglas ampliaria a base no Nordeste principalmente como mostram as pesquisas.
OS DEMAIS Ciro sobrevive como ‘contorcionista’ na sala de espera pelo apoio de Lula. Já flertou com várias siglas sem sucesso. Seu sonho atrair eleitores do centro, herdar o patrimônio do PT ou parte do eleitorado. Já Marina (Melancia Clorofila) trabalha com a possibilidade de atrair o eleitor da direita que não apoia Bolsonaro rumo ao 2º turno. Também torce pelo insucesso de Álvaro e Alckmin e que Bolsonaro fique estável. Depender do erro dos adversários é arriscado. Quanto à Bolsonaro, passa energia da indignação, está perto do 2º turno, mas carece de habilidade para não der alvo do voto útil e se inviabilizar.
‘TROLOLÓ’ Nesta semana o ex-governador André Puccinelli (MDB) continuou centrando suas entrevistas em críticas aos critérios de gastos da atual gestão estadual. Na Rádio Cultura da capital arrematou: “...é que está se gastando demasiadamente em coisas talvez desnecessárias”. Mas é de se questioná-lo o critério que priorizou a obra do aquário do pantanal. Perguntar não ofende.
THEODORE ROOSEVELT: “A exposição e a punição da corrupção pública são uma honra para uma nação, não uma desgraça. A vergonha reside na tolerância, não na correção. Se nós falharmos em dar tudo o que temos para expulsar a corrupção, nós não poderemos escapar de nossa parcela de responsabilidade pela culpa”. (...) Se nós falharmos em dar tudo o que temos para expulsar a corrupção, nós não podemos escapar da responsabilidade pela culpa....” (discurso do presidente dos EUA em 7/12/1903 citado pelo juiz federal Sergio Moro na sentença que condenou o ex-senador Gim Argello (PTB) por corrupção.
SOFRÊNCIA O horário eleitoral deverá ser o depositário de armas poderosas dos envolvidos na sucessão estadual. A exibição de imagens permitidas pela legislação poderão influenciar na postura do eleitor. Duas delas estão sendo devidamente cuidadas pela concorrência: da prisão do ex-governador Puccinelli (MDB) e do seu ex-Secretário de Obras Edson Giroto. Quem viver verá!
AGRADOS & VOTOS É como cacoete, não muda. Como sempre foi principalmente em ano de eleições, os parlamentos promovem eventos diversos para registrar fatos e homenagear personalidades e entidades. A exemplo das Câmaras Municipais, a nossa Assembleia Legislativa segue a risca o manual em busca de votos com os deputados procurando marcar presença junto a vários segmentos sociais. Como se diz: um agrado sempre cai bem ao eleitor.
‘COCORICÓ’ Independentemente de raça as galinhas manifestam por esse anúncio após mais um ovo no ninho, despertando a atenção da vizinhança. Na vida pública o ‘cocoricó’ também é importante. A comparação é oportuna devido a divulgação tímida das obras do Governo Estadual em todas as cidades. “Não é demagogia ou algo parecido, mas o legítimo direito de mostrar o que está fazendo”, como lembrou um dirigente do PSDB. Em ano de eleições pesa muito.
O EMBATE do Ministério Público Estadual, a Prefeitura e a vereança da capital continua na pauta. Gostei da postura de João Rocha (PSDB) presidente da edilidade: não se vergou a imposição ou ameaça velada do MPE sob a forma de ‘recomendação’. Foi claro: o Plano Diretor está voltado ao bem estar da população – ouvida antes em mais de 60 audiências públicas. O projeto continua em tramitação, novos ‘rounds’ virão.
DÚVIDAS Será que o MDB local abraçará mesmo a candidatura do ex-ministro Henrique Meirelles? O partido é uma espécie de federação de interesses regionais. E só. Esteve em todos os Governos após 1988 sem jamais eleger um presidente. Na sua última visita à Campo Grande – tendo o ministro Carlos Marun (MDB) como cicerone Meirelles passou despercebido no evento do MDB no ‘Nipo Brasileiro’. Se depender da fidelidade do emedebistas locais já foi para o brejo.
PERFIL Meirelles nasceu em Anápolis (GO) e chegou a presidência do Banco de Boston. Aposentou-se rico e fundou o Banco Original para os irmãos Batista e se elegeu deputado federal (PSDB) por Goiás com 186 mil votos. Renunciou ao mandato e assumiu o Banco Central no Governo Lula. Pragmático filiou-se ao MDB sem remorsos Seu avô foi prefeito de Anápolis 3 vezes, o pai secretário de Estado e um tio governador. Enfim não se trata de nenhum neófito. Quer mais poder.
MAMATA O plano de saúde vitalício sem restrições dos senadores e ex-senadores pago pela Casa e que atende até aos familiares de suplentes ocupantes do cargo por no mínimo 6 meses. Afronta portanto os artigos 5º e 37 da Carta Magna. É o que tem mais privilégios entre os 3 Poderes. Convenhamos: os políticos nos custam muito caro e produzem muito pouco proporcionalmente.
REGISTRO Falando certa vez a universitários nos EUA, o senador Cristovam Buarque (PPS) foi questionado sobre a internacionalização da Amazônia. Respondeu sugerindo igual medida em relação as reservas petrolíferas, aos arsenais nucleares dos ‘States’ e até o Museu do Louvre em Paris - que também são de interesse da humanidade. A plateia silenciou concordando.
NÉVOAS No cenário pré eleitoral recomenda-se ouvidos e olhos atentos para aferir todos os fatos, pois nem tudo que parece é.
Essa manifestação do deputado federal Fabio Trad (PSD) sobre eventual candidatura sua ao Governo tem objetivos colaterais para chamar a atenção do eleitorado sobre a postura de pretendentes na eleição majoritária principalmente. Fábio é corajoso, mas ajuizado igualmente.
METRALHADORA O candidato Jair Bolsonaro (PSL) vai em frente atirando nos esquerdopatas e enfraquecendo os concorrentes mais ao centro. Aliás, vale lembrar a declaração do senador Magno Malta (PR): “Um dia Bolsonaro foi de direita. Hoje é de extrema direita. Somos fundamentalistas. Se ser extrema direita e fundamentalista é não roubar dinheiro público, é elogio”.
MICROFONE Estamos participando como comentarista do programa noticioso da FM Cidade de Campo Grande, que começa as 12,00 horas, sob o comando do Rodrigão ( o mesmo do Cidade Alerta da TV Record MS). Nesta fase inicial participaremos na segunda feira, terça feira e sexta feira.No segundo semestre, após o retorno das férias vamos participar de todas edições do programa.
“Eu não sai do PT. Foi o PT que saiu de mim”. (Senador Cristóvam Buarque/PPS)