COLUNA

Manoel Afonso

Eleitor - cúmplice do próprio carrasco

23 AGO 2019 - 19h:03 Por Manoel Afonso

SEM MEMÓRIA Café amigo com o Secretário da Saúde de MS Geraldo Resende. Contou sua vida e trajetória política. Tem leitura sem retoques do cenário político. Comunga com a tese de que o eleitor não faz sua parte na urna. Ao invés de rejeitar os desqualificados vira cúmplice, vincula o voto às vantagens pessoais. No pleito municipal de Dourados em 2016, ele vivenciou situação típica. Uma eleitora que se beneficiava da escola, posto de saúde e asfalto -  frutos de emendas do candidato no exercício do mandato na Câmara Federal, simplesmente ignorou os benefícios e exigiu uma ‘oncinha’ (nota de R$50,00) pelo voto. Geraldo simplesmente dispensou o voto.

REFLITA: “Desde que o Congresso aprovou o projeto de lei que criminaliza o abuso de autoridade, tem havido uma saraivada de críticas afirmando que a nova lei seria revanchista, desequilibrada e perigosa para o bom funcionamento da justiça. Tal oposição não apenas ignora o conteúdo do projeto de lei. As críticas ignoram o fato insofismável de que a nova lei tem uma característica única. É simplesmente impossível que ela seja interpretada enviesadamente, de forma a dificultar a ação dos juízes e procuradores, pela simples razão de que os intérpretes da nova lei serão os próprios juízes e os membros do Ministério Público...) (Editorial/Estadão)

A COMEMORAR A lucidez e conhecimento, coadjuvados pela simplicidade no trato com pessoas de todas as classes sociais fazem do desembargador Claudionor A. Duarte referência como julgador sem jamais abusar da autoridade. Representante estimado dos advogados no Tribunal de Justiça - há 32 anos completados recentemente é o mais antigo dos desembargadores do país eleitos pelo ‘Quinto Constitucional’. Ao seu estilo atende a todos no gabinete, o mais frequentado da Casa. Como disse o mestre Evandro Lins e Silva: “Uma vida longa dá para tudo, expõe sua percepção do tempo decorrido e de sua trajetória dentro dele”. Merecidamente, na sessão da Câmara no próximo dia 28, o deputado Fabio Trad ocupará a tribuna para homenagear o nosso desembargador.

EM ALTA Apesar das blasfêmias petistas principalmente, a Operação Lava Jato tem a confiança da grande maioria dos brasileiros. Um levantamento recente mostra os números justiceiros nestes últimos 5 anos desta força tarefa. Foram oferecidas nada menos que 101 denúncias contra 445 pessoas e registradas a condenação de 159 réus que chegam a impressionante marca de 2.249 anos, 4 meses e 25 dias de pena – até o mês de julho de 2019. Se você é contra a prisão do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB), do ex-governador do ‘Rio’ Sérgio Cabral (MDB), do ex-presidente Lula (PT) e do ex-ministro José Dirceu (PT), estará justificada sua posição crítica à Lava Jato.

POLÊMICA Passado chic pode! Impressionante como a ideia de se aproveitar o prédio do antigo Hotel Campo Grande mexeu com toda a capital. Na internet a discussão ganhou contornos saudosistas até. O fotógrafo Roberto Higa está publicando fotos em seu facebook de eventos memoráveis naquele que era considerado o ‘point’ da cidade. Profissionais liberais, intelectuais e gente nova metendo sua colher e dando seus pitacos pertinentes ou não. Aliás, há quem já sugeriu o aproveitamento do prédio para abrigar um hospital (que loucura!).  Mas o prefeito Marcos Trad (PSD) se mantém firme, sem radicalismo, no projeto de aproveitar o prédio para moradores de baixa renda. Se vai dar certo só o tempo dirá. Até lá curtiremos o material na mídia.

DE FOICE... A luta pela sobrevivência nas mais diferentes atividades comerciais e profissionais (médicos, dentistas, advogados, etc) requer cacife e criatividade para não ser levado pela ‘correnteza’. Aliás, tem muita gente segurando no barranco para não ir água abaixo. A competição no ramo farmacêutico, por exemplo, vai se acirrando.  Não se sabe qual a ‘poção mágica’, mas a variação de preços assusta.  Um amigo conta: uma caixa de um remédio em determinada farmácia custa R$27,00 e na outra R$130,00.   

JUNTINHOS? Por conta da bronca contra o PSL do presidente Bolsonaro que apoia a Lava Jato, que mandou para a cadeia figuras dos dois partidos, inclusive aqui no Estado, o ex-governador Zeca do PT já admite aliança com o ex-governador André Puccinelli (MDB) no pleito de 2020.  Aliás, sobre essa possibilidade, um filósofo no saguão da Assembleia Legislativa ironicamente disparou: “será que convidarão o Giroto (ex-deputado preso) para o mesmo palanque?”. Outro observador alfinetou: “mas antes é preciso ver se até lá o André continuará ou não em liberdade”.  Enfim, essa hilária união anunciada já provocou arrepios no eleitor de bom senso e boa memória – é claro!

O MESMO Na vida vamos aprendendo e fazendo a releitura de tudo. A propósito; continua imutável o estilo do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) desde a eleição em 2002 perdida pelas suas opiniões sobre o papel da mulher na campanha. Em Campo Grande usou termos chulos contra o atual Governo e ignorou números positivos: a taxa Selic de 6% anual é a menor da história; contas públicas: o menor índice em 4 anos; desemprego: 12% - a menor taxa nos últimos 5 anos; turismo: aumento de 15% no 1º semestre; assassinatos: caíram 22% nos últimos 5 meses. O melhor: ninguém deste governo está roubando. Encaixado, hoje Ciro não avança no centro e nem na esquerda.   

MEIA SOLA Na impossibilidade de lavar e polir o carro opta-se pela econômica ‘meia sola’. Após a ‘Reforma da Previdência’, o resultado deve se repetir na Reforma Tributária. Nela já se vislumbra a grande novidade: a volta do famoso ‘imposto do cheque’ com outra denominação. A tendência é que apenas se facilite o pagamento dos tributos reunindo-os em menos boletos, passando a falsa impressão que o contribuinte será menos penalizado. Alguém já comparou essa situação a reforma de uma casa, onde perde-se tempo discutindo as cores das paredes e ignora-se o estado dos alicerces e do telhado cheio de goteiras. É mais ou menos por aí por aí mesmo.

NÚMEROS da Ranking Pesquisas em 20 cidades, ouvindo 2.400 pessoas entre 11 a 21 de agosto, de acordo com a Justiça Eleitoral; artigo 33 da Lei 9.504/1997 e TSE – 23.546/2017.  Governo Estadual: bom/ótimo 37,12% - regular 30,04% - ruim/péssimo 20,25% - não sabem/não responderam 12,59%.  Governo Federal: bom/ótimo 44,37% -  regular 27,16%; não sabem/não responderam 11,43%.  Senadores: Nelsinho Trad (PSD) 32,04% - Simone Tebet (MDB) 23,16% - Soraya Thonicke 20,80 (PSL). Câmara Federal: Fábio Trad (PSD) 21,20% - Rose Modesto (PSDB) 10,04% - Bia Cavassa (PSDB) 5,50% - Luiz Ovando (PSL) 3,62% - Vander Loubet (PT) 3,08% - Tio Truts (PSL) 2,25% - Dagoberto Nogueira (PDT) 1,16%. Não responderam 49,03%.

ANÁLISE Primeiro é preciso levar em conta que dos 2.400 entrevistados nesta amostra, cerca de 44,10% são residentes em Campo Grande, o que dá uma visão  bem alargada do cenário. Evidente que existem imprevistos, terremotos, etc. Neste ‘tsunami financeiro’ que atingiu a maioria dos Estados, estamos ainda a salvos, apesar das dificuldades. A população absorveu bem as comparações e a situação nacional. Quanto a projeção de Nelsinho Trad se deve a sua capacidade de articulação e prestígio no Planalto.  Em relação aos nossos representantes na Câmara, não há dúvida que devido a vários fatores – incontestáveis – o deputado Fabio Trad vem se destacando mais.  

A SAÍDA? De um lado o PT – de outro o PSL. Ambos vistos como partidos que representam os extremos. No meio desta batalha sobraram as siglas desgastadas que perderam espaço nas últimas eleições. E aí cresce o movimento para fundir PSDB com DEM, MDB, PP, PTB e PSD inclusive. (saladão?) Seria uma sigla nova com cara de centro oxigenado em sintonia com a nova realidade nacional e as aspirações do povo brasileiro. Evidente que há divergências, interesses conflitantes e gente com ficha suja e imagem estigmatizada por denúncias e suspeitas de corrupção.  E mais: como acomodar os interesses regionais onde há disputas ferozes?

A TÁTICA do governador João Dória Jr (PSDB) é emparedar o ‘bolsonarismo’ na direita e atrair o deputado Rodrigo Maia (DEM) como seu companheiro de chapa em 2022. (Cedo demais!).  A fusão só do PSD, DEM e PSDB daria uma bancada de 92 deputados e no Senado teria 22 senadores, superando o MDB com 12 atualmente. E não se pode esquecer do dinheiro do fundo eleitoral que seria a maior fatia do país, ou seja: R$386 milhões – bem mais do que os R$234 milhões do MDB e dos R$ 212 milhões do PT. O novo partido teria 7 governadores, número superior do PT com apenas 4.

ESPERTO O governador João Dória parece ignorar o velho ditado: “a esperteza come a mão do esperto”.  Mas ele continua ávido pelo poder ocupando espaços com discurso anti PT querendo ser o protagonista maior contra o partido da estrela vermelha e Lula. Lembrando: no 2º turno das eleições estaduais em São Paulo Dória fez declarações de amor a Bolsonaro e agora começa a fazer críticas ao Chefe da Nação. Como o eleitor liberal ou radical acatará a proposta dele para tentar chegar ao Palácio do Planalto?  Se Bolsonaro fizer um bom mandato Dória terá que dar adeus às ilusões. Se o desempenho do atual presidente for negativo Dória conseguirá se impor como seu herdeiro eleitoral?

SENADOR Nelsinho Trad (PSD): “... Assim que a rota bioceânica estiver em operação, a carga de Mato Grosso do Sul será levada à Antofagasta (Chile) em dois ou três dias. Depois o produto poderá ter como destino a Ásia. Evita-se o congestionamento dos portos de Santos e Paranaguá e passagem pelo Estreito de Magalhães, que é perigoso, ou o Canal do Panamá, que é caro. A viagem entre Antofagasta e Xangai consome 49 dias; economizam-se 14 dias... os produtos chilenos, argentinos e paraguaios passarão a ingressar no Brasil por Porto Murtinho, Corumbá e Ponta Porã. Os produtos da região chegarão aos mercados mais distantes a preços mais competitivos...”.

ALTA COSTURA O presidente regional do PSDB – Sergio de Paula – vem demonstrando excelentes dotes na alfaiataria política. Ao seu estilo já admitiu que o partido tem duas candidaturas postas: em Corumbá com o atual prefeito Marcelo lYunes e em Dourados com o deputado estadual Marçal Filho.  O presidente admite alguns entraves em Dourados – onde o deputado José Carlos Barbosa (DEM) não esconde suas pretensões.  Mineiramente Sergio está conclamando as lideranças douradenses a adotarem o diálogo. Sobre isso consultei o deputado Marçal que apenas exclamou sorrindo: “Alô você!!!”.

SURPRESA!  Depois do PT e PTC agora o ex-senador Delcídio do Amaral chegando ao Partido Trabalhista Brasileiro graças as articulações do presidente regional da sigla, deputado Neno Razuk.  Ao seu estilo Delcídio faz planos e projeta novos embates no cenário político. Mas é claro que antes - ele precisa solucionar pendências jurídicas sobre sua condição eleitoral. Cá entre nós – um desafio e tanto nesta altura do campeonato (ou da vida como queira).  Mas valem os sonhos e os desejos do homem.

RÁPIDAS

Deputado Antonio Vaz (PRB) Pediu um Centro Comunitário na Vila Taveiro (rua da Pátria); Requereu a criação da Semana do Economista; quer  audiência para debater a situação do Hospital  Regional e Semana de Prevenção a Violência auto-proclamada.

Deputado Capitão Contar (PSL) recepcionou simpatizantes e lideranças no gabinete, participou ativamente das sessões e apresentou proposição pedindo que os recursos do Fundersul sejam aplicados exclusivamente em prol deste segmento econômico.

Deputado Evander Vendramini (PP) A seu pedido 3 leis de 2009 foram revogadas; autor da proposição da criação da Frente Parlamentar Pró Fronteira; pediu instalação de redutor de velocidade na rua D. Aquino, na capital. Presente em todas as sessões.

Deputado Marçal Filho (PSDB) quer a obrigatoriedade do uso de placas locais pelos veículos das locadoras atuantes no MS; representará a Casa no Codesul: coordenou a reunião da Frente Parlamentar em Defesa da Saúde Mental. Ativo nas sessões semanais.

Deputado João Henrique (PL) viu aprovada a lei de sua autoria sobre Criação do Cadastro Único para pessoas deficientes; conseguiu retirada de pauta de projeto que limita o uso da tribuna; atento e combativo na tribuna e nos apartes.

Deputado Lídio Lopes (Patriota) Representará a Casa nas reuniões do Codesul; prestigiou a posse do vereador Edson Moraes de Souza (de seu partido) como prefeito interino de Miranda. Despachou na Comissão de Constituição Justiça e Redação.

Deputado Paulo Corrêa (PSDB) Além de presidir as sessões apresentou projeto visando homenagear integrantes do CREA (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) pela atuação nestes 40 anos da criação do Mato Grosso do Sul.

Deputado Lucas de Lima (Solidariedade) Recebeu título de ‘Cidadão Honorário’ na Câmara Municipal da capital. Presidente da Comissão do Meio Ambiente expandirá sua ação a cidades do interior. Homenageou os influenciadores digitais em sessão solene.

Deputado Marcio Fernandes (MDB) foca sua atuação nas causas voltadas ao homem do campo; criou e preside a Frente Parlamentar de Defesa do Agronegócio; preside a Secretaria Nacional da Agricultura da UNALE.

Deputado José C.Barbosa (DEM) cobrou repasse dos R$89 milhões prometidos pelo Governo Federal à Segurança do MS; na tribuna analisou a queda do índice do ICMS de Dourados; ativo nas sessões com conhecimento jurídico sobre as causas em pauta.

Deputado Jamilson Name (PDT) viu aprovado seu projeto sobre o usado de bórax na fabricação de slimes; autor de proposta para incluir a Festa do Costelão Pantaneiro em Rio Negro (em benefício da APAE) no calendário oficial de eventos do Estado.

Deputado Herculano Borges (Solidariedade) atento e competente nas funções que exerce na mesa diretora; viu aprovada sua proposta concedendo voto de louvor ao atleta do Box Popó pelas suas conquistas representando o esporte brasileiro.

Deputado Neno Razuk (PTB) Como presidente do PTB Regional comemorando a filiação do ex-senador Delcídio do Amaral; recebeu dezenas de filiados e lideranças de bairros da capital em seu gabinete; despachou com vários secretários estaduais.

Deputado Londres Machado (PSD) no seu movimentado gabinete recebeu visitas de vereadores, ex-prefeitos e lideranças comunitárias. Nas sessões – ao seu estilo tranquilo faz valer sua experiência em determinadas situações conflitantes. Continua ‘Chinês’!  

Na Internet: “Os últimos serão os primeiros, mas a porta já estará fechada”. (Solda)

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