COLUNA

Manoel Afonso

O desafio de transferir votos no 2º turno

8 JUL 2022 - 15h:32 Por Manoel Afonso

SEQUELAS: É difícil milagre na economia. A queda do ICMS da energia, combustíveis e telecomunicações para 17% ocasionará perda do Estado, de julho a dezembro, em R$ 692 milhões. A conta salgada chegará inclusive ao futuro Governo (R$1,4 bilhões a menos no orçamento) e também às prefeituras que perderão R$ 170 milhões em 2023.

FATO NOVO: Atento, o governador Reinaldo (PSDB) acena que as prioridades administrativas serão revistas neste semestre final. Evidente que mudanças bruscas desta magnitude em ano eleitoral, exigem cautela. Prevalecerá é claro, o olhar social e político da administração para manter ou adiar alguns projetos já anunciados. Imprevisto inoportuno que exige habilidade para minimizá-lo. 

COMPLICADO: Transferir votos é como trocar ovos de cesta. Sem os devidos cuidados muitos deles se quebram. Existem ao menos 2 fatores que não podem ser ignorados: o candidato há de provar que tem carisma (luz própria) -  é preciso passar ao eleitor a imagem de que entre os políticos envolvidos há fatores cumplices que justifiquem esse alinhamento. 

CUMPLICIDADE: Não é fácil colocar ‘jabutis’ no alto do poste. O poder de absorção no processo de transferência de prestígio e votos para o candidato ‘tutelado’ varia de eleição para eleição e de cada ambiente (lugar) eleitoral. Às vezes o candidato beneficiado com o apoio não tem luz própria, tem alta rejeição e seu currículo não ajuda em nada.

PREVISÕES:  O desenho do cenário da pré-campanha ao Parque dos Poderes indica que a eleição não acabará em 2 de outubro. Não por acaso o senador Nelsinho Trad (PSB)  alertou que na verdade o 2º turno já inicia no 1º turno, pelo número de postulantes e o bom desempenho da maioria deles nas pesquisas. Um olho no 1º turno, outro olho no 2º turno. 

OUTRA ELEIÇÃO? Depende. Os cientistas políticos nem sempre detectam com exatidão as reações do eleitor entre um turno e outro. O cenário nacional das eleições para a Presidente da República pode influenciar mais do que as alianças locais para o 2º turno. No nosso caso temos até aqui 4 pré-candidatos bem avaliados. Essa é a diferença.

DUAS PERGUNTAS: A primeira, versa sobre quem serão os dois nomes habilitados para o 2º turno. A segunda é quem vai apoiar quem nesta última instância. No pacote de negociações - a concessão de espaços na futura gestão e as eleições prefeiturais de Campo Grande. Até lá teremos candidatos subindo e outros caindo. Afinal, quem sobe  acaba tirando votos de outro (s). 

O ELEITOR: Cético? Facilmente influenciável pela mídia? Mais exigente ou alienado? Como captar seus anseios e frustrações? Quais suas prioridades existenciais? Veja que a série de questionamentos é longa e de entendimento um tanto quanto complicado. Fico na dúvida se os políticos efetivamente colocam essas questões na pauta de análises. 

OLHARES: Candidatos centrados na própria imagem - esquecem de aferir o perfil do  eleitor, ignorando a fotografia dele em preto e branco – sem retoques e truques. O candidato sabe efetivamente como o cidadão anônimo quer ser olhado e tratado?  Ora! Nem todos eles se sentem afagados pelo abraço eleitoreiro. Muitos deles até sentem vontade de mandar os candidatos para as‘cucuias’. 

SEMPRE ELES:  Os eleitores indecisos são os eternos retardatários – decidem no último minuto. Parecem batedor de pênalti escolhendo o canto em cima da cobrança. Podem até ter um candidato ou campo político preferido, mas estrategicamente acabam votando no postulante com maiores chances de vencer no 1º turno, impedindo que outro candidato seja eleito. Pragmáticos, não se consideram traidores partidários. 

GÊNIO DA LÂMPADA?  Não. Só observo e opino. A transferência de prestígio e de votos vai além do perfil do candidato. Pode pesar o desejo de oxigenar o poder e o grau de confiança no seu entorno. Candidato e ‘padrinho’ devem ter perfis equivalentes para não levantar suspeitas de casamento por interesse. É igual noivo velho com noiva jovem.

NO RETROVISOR: Locais e instâncias diferentes retratam a inquietude do eleitor. Juscelino Kubitschek, fundou Brasília mas não elegeu o Marechal Lott. Obama foi o cara e não elegeu Hillary Clynton. Aqui Pedrossian nunca elegeu o sucessor, Marcelo Miranda não elegeu Gandi Jamil  e Puccinelli não elegeu Nelsinho governador e o Edson Giroto prefeito da capital.

É TARDE? Só agora Bolsonaro  prioriza  o fim do ronco da barriga do pobres no lugar de discutir a pauta  ideológica que não traz votos. Embora a maioria da sociedade seja contra a legalização do aborto e a legalização das drogas, por exemplo, é a economia que decide as eleições. Essa PEC apelidada de Kamikaze aliviará o bolso até dezembro, mas complicará a economia em 2023.

BARRIGA: Nas eleições de todas as instâncias o eleitor tem um olho no bolso e outro na barriga. O resto é blábláblá. De forma objetiva ele quer saber se a sua vida vai melhorar com o novo governo. São nestes 2 pontos que os candidatos precisam reforçar seus argumentos ao pedir votos. É inútil ‘encher linguiça’ com assuntos aleatórios como ‘o sexo dos anjos’. 

EM ALTA: Prefeito de Chapadão do Sul pela 3ª vez, o engenheiro agrônomo João C. Krug (PSDB) tem sido alvo de constantes elogios na classe política – pela sua postura equilibrada e sucesso na gestão moderna adotada. Lideranças expressivas confessam ver nele (Krug) uma figura qualificada de bons predicados a ser aproveitada futuramente. 

‘ELEITOR DIGITAL’: Os candidatos precisam ter um olhar especial para o eleitorado jovem estreante do título. São mais de 2 milhões entre 16 a 18 anos de idade que fazem parte dos maiores consumidores de mídias sociais.  A postura e entendimento deste grupo sobre os desafios nacionais justificam a dica. A dúvida: conseguirão fazer essa conexão?

FRITURA: O desempenho pífio de Simone Tebet nas pesquisas não tem sensibilizado as demais lideranças locais do MDB. As relações dela com Puccinelli estão desgastadas desde o episódio da desistência da candidatura de Simone ao Governo. O ex-governador não faz segredo e já disse que não dará espaço exclusivo à senadora em seu palanque no MS. 

NA INTERNET: Boris Johnson e Casagrande: atravessavam o sinal - acabaram atropelados. 

DEPUTADOS & AÇÕES:

- Paulo Corrêa (PSDB): Interlocutor junto a UEMS em prol da concretização do polo educacional de Chapadão do Sul recebeu autoridades do município; no leme das sessões mantém o ritmo e cumpre a agenda dos trabalhos legislativos. 

- Zé Teixeira (PSDB): Esclareceu o motivo da paralisação temporária da recuperação asfáltica na MS 475 entre Glória de Dourados e Ivinhema; foca na etapa final da reforma do prédio da Alems.  

- Lucas de Lima (PDT): Autor de PL definindo o caráter do laudo sobre Síndrome de Down como permanente;  presidente da Comissão do Meio Ambiente comemora os reflexos do ‘Julho Sem Plástico’, lei de sua autoria em vigor; ‘Dia do Rasqueado’ – seu projeto teve parecer favorável da CCJR.   

- Gerson Claro  (PP):  Presidiu reunião da CCJR; autor de moção de protesto contra  projeto da senadora Katia Abreu que desobriga  frequência  na auto escola para obtenção da CNH. 

- José C. Barbosa (PSDB): Participou de reunião da CCJR; vigilante na concessão de benefícios em prol da Grande Dourados; sua emenda garantiu recursos para tratamento dentário gratuito aos beneficiários da Associação Juliano Varela.  

- Lídio Lopes (Patri): Ativo nas sessões legislativas com intervenções precisas; cuida do quadro sanitário (Covid-19 e Influenza) em dezenas de municípios que representa; elogiou postura do Governo Estadual no caso do transporte coletivo da capital.

- Marçal Filho (PSDB): Garantiu emenda de R$100 mil para beneficiar entidade esportiva com 230 jovens em Dourados; agraciado com o título de ‘Cidadão Maracajuense’; vistoriou obras do Hospital Regional de Dourados e pediu agilidade para zerar a fila de espera de pacientes.

- Pedro Kemp (PT): Abordou a notícia da falta de alguns medicamentos em postos de saúde da capital pedindo explicações das autoridades responsáveis; alerta quanto a volta da Covid-19 e da Influenza.

- Evander Vendramini (PP:) Aprovado seu projeto que denomina Silvio S. Melhado a MS-438, da BR-060 a MS-351(Ribas do Rio Pardo); em 1ª discussão foi aprovada proposta contendo princípios de atendimento dos órgãos oficiais aos órfãos do feminicídio. 

- Mara Caseiro  (PSDB): Pede ao Governo uma retroescavadeira para recuperação de ruas e estradas em Terenos; requer o cascalhamento de trecho da MS-489 (Naviraí-Porto Caiuá).  

- Amarildo Cruz (PT): Na tribuna, pediu investigação profunda sobre o episódio que culminou com a morte de um indígena em recente conflito que ganhou a mídia internacional; mostrou os efeitos da inflação entre os mais pobres.  

- NenoRazuk (PP): Comemora nomeação, a seu pedido, pelo Governo de perito criminal e médico legista para Paranhos; facilitando a relação de prefeitos e vereadores junto as secretarias estaduais.

- Capitão Contar (PRTB): Comemora o sucesso da motociata que organizou na visita do presidente Bolsonaro à capital; solicita estudos para aumentar verba indenizatória dos professores de escolas de difícil acesso. 

- Paulo Duarte (PSB): Autor de PL proibindo fornecedores e prestadoras inserirem acréscimos relativos a adesão de produtos/serviços não contratados como ocorre na telefonia, bancos, planos de saúde e internet. 

- Antônio Vaz (REP): Anunciou oficialmente sua candidatura a reeleição aos grupos simpatizantes e apoiadores; em conexão diária com a Secretaria da Saúde sobre os números preocupantes do Covid-19 e da gripe Influenza.

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