– O eleitor – vingador ou conivente em 2018?
MISSÃO IMPOSSÍVEL Presidente Michel Temer (MDB) conclamou os políticos a auto-defesa pelas críticas recebidas. Aí vale lembrar a fala do senador Jeferson Peres (PDT) em 30/08/2006: “Estamos aqui no faz-de-conta. Como disse o ministro Marco Aurélio: Este é o país do faz-de-conta. Fingimos que estamos fazendo a sessão do Senado, estamos em casa sem trabalhar. (...) A classe política apodreceu. Este Congresso que está aqui, desculpe-me a franqueza, é o pior de que já participei, a pior legislatura da qual participei. Nunca vi um Congresso tão medíocre. (...) O que se pode esperar, não sei. De minha parte, cumprirei o meu dever até o último dia de mandato, mas para cá não quero mais voltar”.”
“VERDADES Figuras da estatura moral de Jeferson Peres (falecido em 2008) fazem falta ao Congresso Nacional. O balcão de negócios continua funcionando. Além daqueles já presos, é grande o número de congressistas protegendo-se da justiça através do escudo do foro privilegiado. Os noticiários político e policial se fundem com casos e cenas de prisões, investigações e escândalos. Não é por acaso; mais de 60% dos entrevistados nas pesquisas eleitorais preferiram se omitir.
GEORGE TAKIMOTO O deputado do MDB quer encerrar a carreira política em Brasília onde reside sua família. Como deputado estadual acha que pouco pode fazer pela saúde. Quer aprovar a Loteria da Saúde com fim exclusivo de reverter o caos na rede pública. O dinheiro ficaria no município onde ocorressem as apostas e seria aplicado na reforma de equipamentos, prédios e na melhor remuneração dos médicos. Lembra: “Pode um médico ganhar só R$60,00 por uma operação de vesícula?”
PODEROSO Pelas circunstâncias, personagens envolvidos e as declarações do deputado estadual Barbozinha (DEM), tudo leva a crer que o ex-prefeito Murilo Zauthi terá carta branca para decidir o rumo do partido nestas eleições. Seu cacife político é superior ao do deputado Henrique Mandeta, seu colega de DEM. Nas entrelinhas da fala de Murilo percebe-se que ele não quer repetir mandatos; já foi deputado estadual, deputado federal e vice governador.
CALENDÁRIO Findo o prazo da janela partidária, oficialmente teremos o reinício das atividades partidárias só após a Copa do Mundo; entre 20 de julho a 5 de agosto o período para as agremiações escolherem seus candidatos. A velha brecha para lavrar as atas, acomodar ou alterar situações deve continuar, pois os partidos e coligações terão até 15 de agosto (10 dias após) para fazer o registro das candidaturas.
DESESPERO Os partidários do ex-presidente Lula tem motivos de sobra para se preocuparem com possíveis depoimentos do ex-ministro Antonio Palloci (PT) e do empresário Marcelo Odebrecht. Nitroglicerina pura. Se não bastasse a condenação que motivou sua prisão, ainda restam mais 7 processos: 2 na Vara Federal de Curitiba e 5 na Justiça Federal de Brasília. Portanto - Lula continua lá!
‘QUERENDO’ Além dos senadores Pedro Chaves (PRTB) e Waldemir Moka (MDB), mais sete pré-candidatos já anunciaram a disposição de concorrerem as duas vagas ao Senado. O promotor público Sergio Harfouche (PSC), o ex-superintendente do Ibama Dorival Bettini (PMB), o ex-presidente da Acrissul Chico Maia (Podemos), o ex-Secretário estadual Sergio Miglioli (PSDB), deputado federal Zeca do PT, ex-prefeito Nelson Trad (PTB) e o deputado federal Geraldo Resende (PSDB). As inscrições continuam abertas.
DESAFIOS Quais os critérios que o eleitor adotará para escolher nossos senadores? Afinal, qual o modelo pré concebido para ocupar o importante cargo? Quais seriam os predicados dos escolhidos? Pesariam meramente os fatores partidários ou as biografias? Integrar o Senado vai muito além dos privilégios garantidos por 8 anos a fio.
‘ENGRAÇADO’ Enquanto os flertes se sucedem entre MDB e PSDB, não faltam comparações entre a atual e administração anterior. Os tucanos lembram a crise econômica e a capacidade gerencial do governo em honrar os compromissos financeiros e realizar obras em todos os municípios. Evidente que não esquecem os fantasmas do aquário do pantanal e das pontes que desabaram, sem contar os vexames das prisões do ex-deputado Edson Giroto (PR) e do ex-governador Puccinelli.
ELEIÇÕES provocam ‘terremotos’ de efeitos secundários e aí segue-se a risca o ditado de que ‘cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém’. Posto isso a mesa da Câmara Municipal de Campo Grande costurou antecipadamente a reeleição para o próximo biênio. Com isso João Rocha (PSDB) e Carlão (PSB) continuarão no comando daquela casa. E segue a galopeira.
PROMESSAS Elas tem sustentado as candidaturas. O deputado federal Rodrigo Maia (DEM) em sua recente visita à Campo Grande não perdeu a oportunidade e prometeu tratar com carinho o pedido de perdão das dívidas dos agricultores. E como ficariam aqueles que já pagaram parcelas anuais dos débitos? Serão reembolsados? É por essas generosidades políticas que o Governo anuncia que as contas só voltarão a ficar no azul em 2022. Um festival de rombos e roubos.
E AGORA? Primeiro foi o deputado João Grandão (PT) condenado pela 3ª. Turma do TRF da 1ª. Região a pena de 11 anos e 10 meses de reclusão em regime inicialmente fechado por envolvimento no caso da ‘Máfia da Sanguessuga’. Depois o deputado federal Vander Loubet (PT) denunciado pela 2ª. Turma do STF por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção. Agora o deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT) condenado a pagar multa superior a R$5.8 milhões por abuso no exercício do cargo de Secretário de Segurança no Governo Zeca do PT.
‘PERSEGUIÇÃO’ Com tantos casos escandalosos envolvendo a nobre classe dos políticos é de se pensar sobre essa espirituosa tese defendida pelo nosso ministro da Secretaria de Governo Carlos Marun – segundo a qual – o dinheiro do pagamento da reforma da casa da filha do presidente Michel Temer (MDB) seria da mulher do ‘lendário’ coronel João Baptista Lima Filho. Como se diz em competições de programas de auditório: “ponto pra ele - Marun”.
VINGADOR ou conivente? Em qual dos papeis o eleitor se encaixará nas eleições deste ano – em que pese o farto noticiário sobre falcatruas, prisões e escândalos envolvendo a gloriosa classe política? A Lava Jato – por exemplo – seria uma grande farsa? Os políticos locais também enlameados estariam sendo vítimas de uma grande injustiça? Mas como se diz por aí: é preciso combinar com o eleitor.
REGISTRO No último dia 6, em concorrida solenidade na Assembleia Legislativa, juntamente com colegas jornalistas que militam em nossa capital, fomos agraciados com a ‘Medalha do Mérito Jornalista José Barbosa Rodrigues’ - projeto do deputado Maurício Picarelli (PSDB) para reconhecer o trabalho destes profissionais. A indicação de nosso nome para receber a honraria foi da deputada Mara Caseiro (PSDB). Grato mesmo!
‘BOA IDEIA’ O líquido da garrafinha bebericado pelo ex-presidente Lula (PT) naquele discurso antes da prisão rendendo comentários. Alguns alegam que tem tudo a haver com a proposta de Lula em se tornar ‘uma ideia’ (ou: 51 uma boa ideia). Outros lembram o episódio do jornalista Larry Rohter, correspondente do “New York Times” quase expulso do país por dizer que o ‘habito de bebericar de Lula’ era preocupação nacional.
SOBREVIVENTES Quem serão os políticos em condições legais ou morais para disputar o Palácio do Planalto após a prisão de Lula e das investigações anunciadas contra vários personagens, inclusive o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB)? O eleitor – notadamente da classe média – já faz esse exercício de imaginação e aponta Álvaro Dias (Podemos) e em último caso o deputado Bolsonaro (PSL) para medir força contra o candidato da esquerda. Onde chegamos!
DECEPÇÃO João Dória Jr. (PSDB) apareceu como meteoro no cenário político e com um discurso forte convenceu o eleitorado paulistano. Mas em pouco tempo a ‘obstinação’ de colocar a capital paulista nos trilhos foi substituída pelo projeto de se tornar governador a curto prazo e renunciou ao cargo em favor do vice Bruno Covas (PSDB). O eleitor paulistano – no mínimo – se sente sacaneado.
INSULTO a nossa inteligência. O ex-presidente Sarney (MDB) lamentando a prisão do ex-presidente Lula dizendo-se ser seu amigo. Ora! Em campanha presidencial Lula foi ao Maranhão e desceu a lenha na oligarquia Sarney como mostra um vídeo na internet. Mas pensando bem - o velho MDB de guerra se parece com o PT em suas praticas delituosas. Taí preso por exemplo o ex-deputado Geddel Vieira, que serviu aos Governos do PT e do MDB.
“A população lincha o rato de praia, mas perdoa o corrupto com a desculpa: ‘ele rouba mas faz’.” (Gabriel – O Pensador)"