COLUNA

Manoel Afonso

Pesquisas & Romaria & Maluf & Brizola

10 FEV 2020 - 19h:02 Por Manoel Afonso

PESQUISAS: Criticadas ou não cabe ao leitor fazer sua leitura e tirar as conclusões que entender coerentes ou convenientes aos seus interesses. A amostragem realizada pela ‘Ranking Pesquisas’ em Campo Grande entre os dias 28 de janeiro e 02 de fevereiro (registrada na Justiça Eleitoral sob número 05366/2020 traz em seu bojo alguns números e respectivos personagens que merecem considerações do colunista.

REJEIÇÃO: Antes ignorada, é fator olhado com atenção pelos cientistas políticos. Candidatos com chances de vitória não conseguem superar um patamar de intenção de votos devido a antipatia pessoal ou aversão a postura. No relacionamento humano rejeição significa desprezo e repulsa. Sigmund Freud definiu a rejeição como um sentimento terrível vivido pelo ser humano.  Quando esses postulantes ficam estagnados ao longo das pesquisas, as causas podem estar ligadas a rejeição. Luz amarela que não pode ser ignorada nas pesquisas eleitorais.

VEJA BEM: Zeca do PT é o mais rejeitado dos candidatos da pesquisa com 16,08% dos entrevistados, embora esteja em 7º lugar no item aceitação, atrás de Marcos Trad (37,66%); André Puccinelli (6,08%): Rose Modesto (4,66%); Odilon (3.66%); coronel David (3,50%); capitão Contar (3,08%). Outro veterano da política que se destaca na rejeição logo atrás de Zeca do PT é o ex-governador Puccinelli (MDB) com 15,00% dos eleitores consultados. Esses dois políticos têm vários fatores em comum causadores da rejeição do eleitor. A reversão da tendência do eleitorado é difícil.

ACEITAÇÃO: Líder nas pesquisas e mantendo uma distância significativa do 2º colocado Puccinelli, o prefeito Marcos Trad (PSD) é o favorito, mas os números não garantem uma eventual vitória no 1º turno. Como estamos muito longe do pleito não é possível antecipar uma avaliação segura. Desistências e composições partidárias acontecerão ao longo do processo eleitoral. Afinal, eleição você sabe como começa mas não tem a leitura de seu final.

DETALHES:  As eleições municipais são marcadas pela pessoalidade, onde o eleitor olha com lupa os candidatos. Nada escapa: da caspa capilar ao sorriso, tom de voz e roupas.  Sobre isso ouço observações inimagináveis de gente simples, mas com senso crítico incrível. O então candidato ao governo Odilon (PDT) em 2018 foi criticado pela sua postura na TV. O uso das mãos atrapalhou; não passou a indignação. Hoje deixou de ser novidade e tem só 3,66%. Casos também de Marcelo Miglioli (Solidariedade) e Sergio Harfouche (PSC) respectivamente com 2,08% e 2,41 nestas pesquisas.    

SURPRESA: Pode acontecer! E na eleição de dois turnos ela é mais provável. Quem não se lembra da eleição na capital paulista de 1988 onde Paulo Maluf (PDS) perdeu na reta final para Luiza Erundina (PT)? Um fato novo, imprevisível virou a eleição. Seis dias antes do pleito uma ação do Exercito contra uma greve na siderúrgica de Volta Redonda que resultou na morte de 3 operários gerou uma onda incrível de indignação pelo país. Imagine você uma denuncia com imagens fortes ou uma delação contra um candidato nas redes sociais tão ativas e acessadas! Nitroglicerina pura!

COERÊNCIA:  Na eleição para a prefeitura de São Paulo em 2012, o candidato do PT (vencedor contra José Serra-PSDB) era Fernando Haddad e Luiza Erundina (PSB) estava acertada para ser a candidata a vice. Mas o então ex-presidente Lula estava de namoro com o PP de Paulo Maluf por causa dos minutos na TV no horário eleitoral e acabou indo à casa do ‘primo’, deixando-se fotografar nos jardins da mansão. Erundina desistiu da candidatura alegando que ela e Maluf não caberiam no mesmo palanque.

SURPRESA? Não acredito que a escolha do companheiro (a) de chapa de Marcos Trad seja tão difícil de ser efetivada. Alguns aspectos devem ser observados: a boa relação com o Parque dos Poderes; eventual candidatura do governador Reinaldo (PSDB) ao Senado; e a não descartada candidatura de Marquinhos ao Governo – o que abriria espaço para que o (a) vice assuma por dois anos. É um jogo de xadrez que pode ou não dar certo. Mas no rol das especulações existe essa possibilidade.  

‘PEDREIRA’: Sobre alianças não faltam especulações. Da eventual candidatura do deputado Pedro Kemps (PT) a prefeito de Campo Grande dizem que só agora, na falta de outro pretendente, é que o partido irá lançá-lo. Já se pode imaginar seu discurso e limitações nas urnas. Em 2018 obteve 10.428 votos na capital.   Sobre o MDB a tendência é apoiar um nome de outro partido (Harfouche?) para evitar o vexame e sobreviver até 2022. Foi assim em 2012; o MDB apostou em Edson Giroto (PR).  ‘Tempo de vacas magras’. E sobrou quem no MDB - que seja bom de voto na capital?  

ROMARIA: Mapear a situação política em cada município em ano de eleições é muito importante. Os deputados Gerson Claro e Evander Vendramini (ambos do PP) andaram mais de10 mil quilômetros em janeiro com uma extensa lista de nomes a serem visitados. Interioranos, tem facilidade neste tipo de ação. Após dezenas de cafezinhos plantaram muitas ‘sementes’ que esperam germinar nestas eleições. Estiveram com empresários, profissionais liberais, pré-candidatos a prefeito e a vereança para fortalecer a sigla que passa por uma fase de renovação. Articulados.

BOQUINHA Quem vai a Avenida Afonso Pena nas manhãs dominicais se acostumou com a imagem folclórica do capitão reformado do Exercito José Magalhães portando um megafone, fazendo denúncias contra a corrupção e políticos. Mas isso é passado! Nesta semana ele foi nomeado para comandar a administração estadual da Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Não se sabe quem foi o seu padrinho político junto ao Planalto, mas o fato de ter sido candidato a deputado estadual em 2018 pelo PSL deve ter influenciado na escolha. Tudo como dantes no quartel de Abrantes.

A PROPÓSITO: Deve render muito barulho aqui e no exterior o projeto do Governo em liberar a exploração de determinadas áreas indígenas, como aliás ocorre há muitos anos nos Estados Unidos em sistema de parceria – garantindo melhor qualidade de vida aos índios. O que se sabe é que muitas ONGs que hoje mamam nos recursos naturais das reservas na Amazônia vão usar a mídia para boicotar o projeto. Será que os povos daquela região estão condenados a viver sem estradas, assistência médica, escolas, energia elétrica e outros benefícios da sociedade moderna?  Corajoso esse projeto.

DOURADOS: Tenho conversado com os deputados José C. Barbosa (DEM) e Marçal Filho (PSDB) sobre o pleito de Dourados. Cuidadosos nas declarações, mas decididos, ambos já tem delineado a linha mestre de projeto de governo que pretendem debater ao longo da campanha. Quem imagina que um deles possa desistir está enganado. Cada qual com seu currículo e propósitos de gestão já vai encorpando o discurso na fala com a imprensa. Os dois devem proporcionar uma campanha propositiva - de bom nível.

SEDE DE PODER!  Pelas movimentações percebe-se a divisão entre os apoiadores do presidente Bolsonaro pelo  futuro comando partidário local, independentemente do novo partido ‘Aliança pelo Brasil’, ainda sem data para nascer. Arquivado pelo diretório nacional do PSL o pedido de exclusão do deputado Coronel David por infidelidade é ferida não cicatrizada. De um lado estariam o próprio David e seu colega federal Luiz Ovando; de outro a senadora Soraya Thronicke, o deputado federal Loester Trutis e o deputado estadual Renan Contar. Aliás, esse último anunciou ao colunista de que com a ‘janela partidária’ aberta ingressará na nova sigla de apoio a Bolsonaro.

O DISCURSO: O presidente Donald Trump anotou mais um gol de placa com seu discurso exemplar. Foi uma síntese da história deste país próspero e com influência no resto do mundo. O presidente fez um balanço dos avanços da economia, que aliás vai muito bem, apesar do cenário conturbado no comércio mundial. Mas o ‘interessante’ é que apenas os jornalistas da Rede Globo ousaram criticar o teor do pronunciamento feito no Congresso. Com o desemprego de 3,5% - o menor índice nos últimos 50 anos, Trump vai garantindo sua reeleição para desespero do Partido Democrata (o PT deles).

FRASES DE PAULO MALUF:

Eu, perto do Lula, sou comunista!

Quero ser Rob in Hood!

Os ‘States’ não tem AI-5. Tem cadeira elétrica.

Professora não é mal paga. É mal casada.

No Brasil o político é veado, corno ou ladrão. A mim escolheram como ladrão.

O Palácio dos Bandeirantes é uma colmeia. Uma metade voa e a outra faz cera.

Nossa Polícia é boa. O que atrapalha é a política dos direitos humanos para bandidos.

Se não fosse político, se fosse cientista, eu estaria perto de descobrir a cura do câncer.

Não se pode comprar deputados. Eles saem contando por aí e você fica desmoralizado.

O Collor é um bom rapaz. Mas se quiserem um malufista votem em mim.

Entre um administrador petista e um bando de gafanhotos, fique com os gafanhotos.

 Tá bom. Está com vontade sexual? Estupra mas não mata!

Não há nada pior do que um burro com iniciativa.

FRASES DE LEONEL BRIZOLA:

Os pastores querem estação de rádio e dinheiro. São adoradores de bezerro de ouro.

O povo não é bobo. Abaixo a Rede Globo.

Pra gaúcho, esse tal Viagra é overdose.

Sou como um cavalo inglês. Só vou morrer na cancha.

O PT é uma galinha que cacareja à esquerda, mas põe ovos para a direita.

O Garotinho é o beijo da morte.

Essa moçada continua querendo curar câncer com injeção de Cibalena.

Já tinha que enfrentar o Cesar. Agora ainda vou ter que enfrentar o Brutus.

Venho, volto do campo e os bois são os mesmos. Não mudam o caráter.  Já os homens...

Nunca coloquei a igreja debaixo do braço para me eleger.

Divididos, seremos sempre os degraus para a direita subir.

A política ama a traição e odeia o traidor.

Lula pisaria no pescoço da mãe para ganhar uma eleição.

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