COLUNA

Manoel Afonso

PMDB ou MDB – melhora o que?

18 AGO 2017 - 13h:12 Por Manoel Afonso

HUMOR Governador do Estado da Guanabara e candidato a presidência da República, Carlos Lacerda foi a Montes Claros (MG) para um comício. A cidade amanheceu com os muros pichados: “Lacerda rima com merda”. No comício a noite Lacerda encerrou assim o discurso: “Aos meus amigos deixo um forte abraço. Aos meus adversários, a rima”.

COMÍCIOS  Saudades deles. Cantores, sorteios de brindes  e outros artifícios para atrair o público. Por conta da pseudo moralização das campanhas eleitorais os comícios foram amputados. Mas olhando  hoje os rombos revelados na ‘Lava Jato’  percebe-se:  as leis proibitivas são hipócritas, criaram os monstros da corrupção através do Caixa 2. Pior pra nós!

EM FRENTE  Para o secretário Carlos Alberto de Assis, da Administração, o Governo Estadual continua fazendo a lição de casa, pagando os funcionários, honrando os seus compromissos e lançando obras  como ocorreu recentemente em Aquidauana e no Núcleo Industrial – Indubrasil que terá pavimentação asfáltica e drenagem de águas  pluviais.

MAQUIAGEM  Rebatizar o PMDB para MDB resolve o que? Igual embalagem nova em produto ruim.  Com ou sem o P continuará abrigando os mesmos personagens  associados aos escândalos de corrupção que provocam ojeriza da população.  Como diz o ex-senador Pedro Simon (PMDB): “fazer isso agora vai parecer malandragem”.

CONVENHAMOS   O discurso de que o partido combateu a Ditadura cansou os ouvidos e a nossa paciência. Essa militância pela democracia já foi paga com cargos e  muitas vantagens  no Planalto e em muitos governos estaduais.  Peemedebistas  com P ou sem P já desfrutaram e desfrutam até hoje das tetas federais aqui no MS.

VEJAM SÓ!  Embora tenha disputado a eleição presidencial pela última vez em 1994 com Orestes Quercia  -  apenas 4,4% dos votos - perdendo para Enéas Carneiro (Prona) com mais de 7% dos votos, o PMDB já teve nada menos do que 198 cargos de primeiro escalão e ministérios nos governos após a redemocratização.Antes, no pleito de 1989 Ulysses Guimarães (PMDB)  amargou o 7º lugar na corrida presidencial.

CONFIRA:  No Governo Sarney foram 32 ministros do PMDB; 1 ministro no Governo Collor (PRN) e 6 ministros no Governo Itamar Franco (PRN); nas duas gestões de Fernando H. Cardoso (PSDB) foram 7 ministros em cada uma; nos 2 mandatos de Lula (PT) foram 7 ministros em cada um  e 6 em cada uma das duas administrações de Dilma Roussef (PT). Totalizam 66 representantes.  O senador Romero Jucá (PMDB)  é um exemplo, se mantém no alto escalão desde a presidência de Sarney.

GAMBIARRAS  Aquele discurso pela volta da democracia e transparência na gestão pública foi desfigurado ao longo do tempo. Muitos de seus (PMDB) afiliados deram péssimo exemplo como administradores. Alguns acabaram presos ou com tornozeleiras de monitoramento  e muitos respondem na justiça por atos de improbidade. O PMDB parece irmão siamês do PT. Aliás foram sócios no Planalto.  

DESINTERESSE Depois da urna eletrônica vem agora o tal cadastramento biométrico para os eleitores. Ora! Não adianta inovação tecnológica se continuamos com os mesmos personagens nesta comédia trágica da política.  Desmotivado, o eleitor pode até comparecer às urnas, mas com o sentimento de usar o dedo para se vingar.

‘MURISTAS’   No programa do PSDB desta quinta-feira na televisão ficou patente :os ‘tucanos’ não mudam. Além de defenderem a administração do Palácio do Planalto  voltaram a citar o sistema Parlamentarista como o modelo ideal, como se o Brasil fosse equiparado as nações ajuizadas do Primeiro Mundo.  O programa dividiu  ainda mais o PSDB.

CHUMBO GROSSO  A prisão do ex-deputado do PT Cândido Vaccareza e a ação proposta pelo Ministério Público Federal de Mato Grosso do Sul contra Sergio Gabrieli, Graça Foster e ex-diretores da Petrobras por irregularidades que deram prejuízo  de R$155 milhões na unidade de Fertilizantes Nitrogenados de Três Lagoas, mostram que ainda há muita sujeira a ser desvenda na gestão petista no Planalto.

‘CURRALÃO’  Dúvidas pairam sobre essa encenação do que se pretende chamar de reforma política. Os políticos estão mais empenhados na aprovação do ‘Fundo Especial de Financiamento da Democracia’ – um escárnio que vem provocando reações dos mais diferentes segmentos da sociedade. Definitivamente esse pessoal perdeu a vergonha.

‘ENJOADO’ Assim um observador político de Dourados definiu o eleitorado daquela cidade. Lembrou que em 1982 inexplicavelmente a cidade derrotou José Elias (  o seu melhor prefeito) como candidato ao governo do Estado - e anos mais tarde se vingou de todos os caciques elegendo Ari Artuzi  ao comando da Prefeitura Municipal.

ROBERTO HIGA   Conta o fotógrafo da capital que numa palestra na Universidade Federal  questionaram “quem foi Pedrossian que tanto falam dele?”  Higa  respondeu: “ Foi o governador que fez todas essas grandes obras de qualidade que vemos até hoje em Campo Grande e  interior, inclusive a cidade universitária  e o estádio Morenão  inaugurados em 1971.”  

A PROPÓSITO   Quando os asfaltos recentes esfarelam em nossas rodovias estaduais;  pontes  novas sucumbem ao trafego e  as enchentes;  prédios públicos novos apresentam rachaduras , a gente faz as comparações inevitáveis com as construções nas gestões de Pedro Pedrossian. O Parque dos Poderes com seus prédios sólidos é apenas mais um dentre tantos exemplos.

‘PEDRO PLACA’  Sem argumentos consistentes, os oposicionistas ao governador Pedrossian diziam que suas obras eram faraônicas, com rodovias antieconômicas  servindo  regiões improdutivas. Cansei de ouvir essa ladainha.  Mas jamais apontaram o dedo contra o Secretário de Obras, engenheiro Hugo Bonfim, homem probo e de confiança. Aos 78 anos de idade dr. Hugo é vereador na sua Camapuã, reverenciado por onde passa. Isso faz a diferença.

EPISÓDIO  Presenciei ano passado os funcionários da prefeitura de Paraíso das Águas cortando com dificuldades a grossa camada do asfalto da avenida principal para alargar as ‘bocas de lôbo’. Diante da cena um antigo morador da cidade lembrou que o asfalto  havia sido feito por Pedrossian em sua última gestão. Detalhe: jamais foi recapeado.

ARREPIOS  Quando Pedrossian antecipou-se aos programas sociais de hoje lançando o  ‘Panelão’ foi um auê. Na Assembleia Legislativa os oposicionistas ironizavam a qualidade dos produtos da cesta básica. Os críticos, do  MDB oriundos da velha UDN, excelente na crítica, péssima na gestão pública. O estilo lembra os petistas na oposição.  Tanto é  que o ex-governador Leonel Brizolla  (PDT) chamou os petistas de  ‘udenistas de macacão e tamancos’.    

CONCLUSÃO  A referência de boa gestão,aliando dinamismo e visão extraordinária no preparo do Estado para o futuro em todas as áreas, é a administração de Pedrossian. Os equívocos administrativos infinitamente menores que os acertos.  Pena que ele não tenha sido um político tão hábil - priorizando sempre o  projeto de viabilizar um Estado modelo. Pedrossian é a antítese do ex-governador  Sergio Cabral (RJ) e de tantos outros.

SANTA CASA da capital: 750 leitos, 3.300 funcionários, 600 médicos, 4.500 refeições diárias, 7 mil atendimentos emergenciais por mês e custo mensal de R$20 milhões. No seu centenário de fundação reverencio os abnegados colaboradores de ontem e seus  atuais administradores  sob a batuta do dr. Esacheu Cipriano. Um patrimônio a ser conservado pelos poderes públicos e população. Criticar é fácil, mas sem ela o que seria de nós?

“ Do jeito que as coisas andam, seu eu fosse político, seria honesto”. (Rodney Dargerfiela)

Por: Manoel Afonso

 

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