COLUNA

Dom Otair Nicoletti

Dom Otair Nicoletti

Sagrada Família

28 DEZ 2023 - 21h:29 Por Dom Otair Nicoletti

O menino crescia cheio de sabedoria. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas. Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor. Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade. 40O menino crescia e tornava-se forte,cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele. Palavra da Salvação – Glória a Vós Senhor! 

MENSAGEM - A liturgia nos apresenta hoje a Sagrada Família de Nazaré, como exemplo e modelo de todas as famílias. Jesus menino precisou de uma família. Precisou ser acolhido pelo amor de um coração materno e amparado pela presença solicita de um pai. 

A Família é o espaço da vida e do amor. Os tempos mudaram, mas o valor da família sempre será atual. Devemos reservar mais tempo para reunir e celebrar a vida em família. 

A Primeira Leitura apresenta atitudes concretas dos filhos para com os pais. (Eclo 3,3-7,14-17).  O texto repete cinco vezes a palavra “honrar”: E, honrar significa dar o devido valor e reconhecer sua importância com atitudes concretas. Como recompensa, terá o perdão dos pecados e vida abençoada por Deus. 

A Segunda Leitura sugere sete tecidos a serem usados na Família e na comunidade, para viver sempre em harmonia e assim conseguir a felicidade: “Revesti-vos de sentimentos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de paciência, de tolerância, de perdão recíproco”.  (Cl 3,12-21) Conclui com recomendações às esposas, aos maridos, aos pais e aos filhos. 

O Evangelho nos põe diante da Sagrada Família de Nazaré apresentando Jesus no Templo de Jerusalém. É uma catequese sobre a identidade de Jesus e a sua missão no mundo. Mostra uma família fiel cumpridora da Lei do Senhor, que consagra a Deus a vida dos seus membros. No Templo dois personagens acolhem Jesus: Simeão e Ana: Dois anciãos de olhos postos no futuro, capazes de perceber os sinais de deus e testemunhar a presença libertadora de Deus na humanidade. Representam Israel fiel, que espera ansiosamente a libertação e a restauração do reinado de Deus. Simeão toma Jesus nos braços e reconhece no menino o Messias enviado por Deus, como Luz e Salvação de “todos os Povos”. 

Ana é também uma figura do Israel pobre e sofredor que se manteve fiel ao Senhor, que espera a salvação. Após reconhecer em Jesus a salvação anunciada e entoar louvores ao Senhor, passa a “falar do menino a todos os que esperavam a libertação”. 

O texto termina com uma referência à infância de Jesus e ao crescimento do menino em “Sabedoria” e “Graça”.  Uma família que valoriza a Palavra de Deus. Maria e José perceberam que a Palavra de Deus, constrói a família sobre a rocha firme dos valores eternos. 

“Guardai a Bíblia em vossas casas, lede-a, aprofundai e compreendei plenamente suas páginas, transformai-a em oração e testemunho de vida, escutai-a com amor e fé na liturgia. Criai o silêncio para escutar com eficácia a Palavra do Senhor e conservai o silêncio depois da escuta, porque ela continuará habitando, vivendo e falando-vos. Fazei que ela ressoe no começo do vosso dia para que Deus tenha sempre a primeira palavra e deixai-a ressoar em vós à noite, para que a última palavra seja de Deus”(Sinodo dos Bispos). 

Jesus é apresentando no Templo e consagrado ao Senhor. Em nossas famílias há a preocupação para formação cristã dos filhos? Os pais procuram transmitir aos filhos os valores do Evangelho, acompanhando a caminhada catequética, inserindo-os numa comunidade de fé, consagrando-os ao serviço de Deus? 

Dois anciãos acolhem Jesus no Templo. Não são pessoas desiludidas, que vivem do passado, estão voltadas para o futuro, atentas ao Deus libertador, que vem ao seu encontro e testemunham a presença salvadora e redentora de Deus no meio do seu Povo. Os anciãos de nossas comunidades transmitem aos jovens a mesma alegria, o mesmo otimismo e a mesma esperança num mundo melhor, o mesmo diálogo constante com o Senhor? 

Os Idosos pela sua maturidade, sabedoria e equilíbrio, pelo tempo disponível, podem ser testemunhas privilegiadas dos valores de Deus. É preciso que não viva voltados para o passado, refugiados numa realidade que aliena, mas vivam voltados para o futuro, de espírito aberto e livre, pondo sua sabedoria e experiência a serviço da Família e da Comunidade. 

Será que todos os idosos da terceira idade estão conscientes dessa missão? Ou preferem gastar seu precioso tempo em futilidades? Ana não se cansava de “falar do menino”. 

Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa

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