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Há 15 anos, MS entrou na rota do "Padre do Balão", que virou até música

Padre Adelir de Carli desapareceu no dia 20 de abril, a mil km de Dourados, onde planejava pousar

20 ABR 2023 - 23h:19 Por Emilly Constanci
Padre Adelir Antônio de Carli durante voo com balões. Padre Adelir Antônio de Carli durante voo com balões. - Foto: YouTube/Reprodução

No dia 20 de abril de 2008, o padre Adelir de Carli levantou voo em Paranaguá, no Paraná, suspenso por cerca de mil balões inflados com gás hélio, e entrou para a história. 

Ele desapareceu e foi parar bem longe de onde queria chegar. Há 15 anos, Dourados – cidade sul-mato-grossense a 233 km de Campo Grande – entrou na rota do “Padre do Balão”, como ficou conhecido o sacerdote que embarcou numa aventura considerada insana por muita gente.

De Carli não só virou assunto na internet e memes que até hoje arrancam risadas Brasil afora, mas teve a ousadia eternizada em letra composta por músicos famosos em Mato Grosso do Sul, Camila Prates, Marco Aurélio (o da dupla com Paulo Sérgio e também compositor de Camaro Amarelo) e Thiago Machado. A música Balada Louca, que fala do “DJ mais louco que o Padre do Balão”, foi hit na voz da dupla Munhoz e Mariano. 

O corpo - Conforme matéria do jornal Extra do dia 29 de julho de 2008, o corpo encontrado por um navio rebocador em Macaé, litoral norte do Rio, era do padre Adelir. À época, o delegado Daniel Bandeira informava, em entrevista ao jornal carioca, que havia recebido o resultado do teste de DNA confirmando a suspeita. 

O navio Anna Gabriela prestava serviço à Petrobras e encontrou os restos mortais, no dia 4 de julho, a 100 quilômetros da costa de Macaé.

Tanto o ponto de embarque quando o local onde o corpo de De Carli foi parar ficam distantes cerca de mil km de onde ele queria chegar, após voo de 20 horas.

De acordo com o registrado pelo G1 do Paraná, antes de embarcar na viagem de 20 de abril, o sacerdote completou, com sucesso, um voo de quatro horas a bordo de balões de gás hélio, da cidade de Ampére, no Paraná, até San Antonio, na Argentina, uma distância de 25 quilômetros. Na ocasião, foram usados 600 balões e Adelir voou a uma altitude de 5,3 mil metros acima do nível do mar. 

Mas para quê? -  No dia da decolagem rumo à Mato Grosso do Sul, ainda conforme o G1, o padre estava equipado com paraquedas, capacete, roupas impermeáveis, aparelho de GPS, celular, telefone por satélite, coletes salva-vidas, traje de voo térmico, alimentos e água. Vinte minutos depois da partida, às 13h, atingiu 5,8 mil metros de altitude. 

O último contato dele com a equipe em solo foi às 21h, quando ele estava a 25 quilômetros de São Francisco do Sul, em Santa Catarina. As investigações apontaram que o mau tempo levou o padre em direção ao mar. 

Adelir Antônio de Carli nasceu em Ampére, em 8 de fevereiro de 1967, e começou a “se aventurar” no sacerdócio em 2003. Era também um paraquedista experiente e decidiu fazer as viagens em balões como forma de chamar a atenção para arrecadar dinheiro e construir uma espécie de hotel para caminhoneiros que passavam pela cidade paranaense onde vivia.

Se tivesse conseguido concluir a viagem de 20 horas, quebraria o recorde mundial deste tipo de vôo

Anahi Zurutuza/campograndenews

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