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Tear é orgulho de quem há 27 anos luta pelo mundo do artesanato

Josefa Marques Mazarão cresceu vendo a mãe e, agora, recebe apoio dos filhos para persistir com associação

28 FEV 2024 - 10h:31 Por Redação/EC
Dona Josefa ao lado de Zenilda, sua filha. Dona Josefa ao lado de Zenilda, sua filha. - Foto: Divulgação/Sebrae

Em 1997, Josefa Marques Mazarão se juntou a outras mulheres de Coxim para criar uma associação que ajudasse a gerar renda para o grupo. Desde então, ela conta que precisou lutar para continuar mostrando a importância do artesanato. Ligada ao tear, agora a persistência segue ao lado dos filhos.

“Fazer artesanato é minha vida, mas enfrentei muitos obstáculos e enfrento até hoje. Precisa de muita perseverança, pois faltam muitos incentivos e recursos financeiros”, resume dona Josefa.

Contando sobre sua história, ela narra que sempre teve contato com o artesanato através de sua mãe.

Ela costurava e fazia tapetes de retalhos de crochê. Eu já tinha 40 anos quando iniciei na tecelagem e até hoje faço peças no tear a partir da lã de carneiro, tingidas naturalmente com plantas, diz a artesã. 

Sem se sentir sozinha no caminho, a mestre-artesã explica que a Associação de Arte e Artesanato Vale da Esperança nasceu com o estímulo da então primeira dama, Maria Helena Bouquilha. Desde então, o grupo teve períodos de queda, mas hoje conta com 25 artesãos. 

Como dona Josefa conta, a lã é tingida com espécies de plantas nativa como a erva-mate, anileira, guajiru, gervão, ipê-roxo e jatobá. Outros produtos também são criados como o biscuit.

Analisando a persistência, Josefa é a única fundadora que continua na associação e, agora, conta com a terceira geração na família de pessoas vinculadas ao artesanato. Na administração e na produção artística estão seus filhos, Zenilda e João Mazarão.

Zenilda, que havia deixado Coxim para estudar, retornou há cinco anos para cuidar do pai e, desde então, se viu mudando de perspectiva. 

“Viemos de uma família de mulheres que faziam artesanato, mas eu nunca aprendi nada, saí muito cedo de casa para estudar. Mesmo assim, sempre tive contato com essa arte e amo. Quando voltei para cuidar do meu pai, vi a necessidade que a associação tinha de se organizar e estruturar, então decidi assumir a coordenação de toda a parte estrutural”, diz Zenilda. 

Hoje, o foco é no empreendedorismo de forma organizada para reintegrar também pessoas vulneráveis. “Além da parte organizacional, também estamos preparando meu irmão João Mazarão para a sucessão. Ele é um artista e assim teremos essa arte ainda dentro da nossa família”.

Pensando sobre todo o caminho traçado até aqui, dona Josefa pontua que além do apoio familiar, buscar conhecimento através da Prefeitura e de instituições como o Sebrae também fez diferença. “Queremos crescer cada vez mais! Conforme aumentarmos a produção, por exemplo, poderemos atender mais no atacado”, completa. 

CGNews

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