Mundo

Venezuela pede para Brasil entregar militares 'desertores' retidos em Roraima

29 DEZ 2019 - 12h:54 Por Redação
Militares venezuelanos que desertaram para o Brasil no começo de 2019; ao centro, uma deputada de oposição a Maduro Militares venezuelanos que desertaram para o Brasil no começo de 2019; ao centro, uma deputada de oposição a Maduro - Foto: Emily Costa/G1

A Venezuela anunciou no sábado (28) que solicitou ao Brasil a entrega de cinco militares venezuelanos retidos em Roraima pelo Exército brasileiro na quinta-feira (26). O governo brasileiro disse em um comunicado que os militares iniciarão os procedimentos para a solicitação de refúgio no Brasil.

Segundo o governo de Nicolás Maduro, os oficiais são "desertores" e estão envolvidos no ataque a uma base militar no sul do território venezuelano ocorrido em 22 de dezembro.

"Já começaram a ativar os trâmites diplomáticos necessários para solicitar e facilitar a entrega deste grupo de cidadãos envolvidos em fatos tão graves", informou o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela em nota divulgada no sábado.

"A Venezuela espera contar com uma maior colaboração por parte das autoridades do Brasil, como resultado da cooperação que deve imperar entre os Estados na luta contra o terrorismo e as ameaças à paz social", diz o documento.

Os ministérios brasileiros da Defesa e das Relações Exteriores informaram na sexta (27) que encontraram cinco militares venezuelanos durante um patrulhamento feito na região da terra indígena de São Marcos, ao Norte de Roraima.

Ainda segundo os ministérios, a fiscalização era feita pelo Exército brasileiro, "que intensificou o patrulhamento na região da faixa de fronteira." Os cinco estavam desarmados e foram conduzidos pelo Exército à capital Boa Vista, onde foram entrevistados.

A Venezuela afirma que os combatentes são responsáveis pelo ataque contra uma instalação militar em Gran Sabana, em 22 de dezembro, que resultou na morte de um oficial e no roubo de 120 fuzis e nove lança-granadas.

Após o episódio, o ministro venezuelano da Comunicação, Jorge Rodríguez, disse que os invasores foram "treinados em acampamentos paramilitares plenamente identificados na Colômbia" e "receberam a colaboração do governo de Jair Bolsonaro".

Rodríguez, no entanto, não apresentou provas do envolvimento brasileiro.

Polêmica

O governo de Nicolás Maduro tem acusado o Peru, Colômbia, Equador e Brasil de "usar" militares venezuelanos desertores que procuram refúgio nesses países para "semear a violência, a destruição e a morte na Venezuela".

O Itamaraty brasileiro negou "qualquer participação no episódio" do dia 22 e ressaltou que "o Exército Brasileiro intensificou o patrulhamento na região da faixa da fronteira".

Fonte: G1

Deixe seu Comentário

Leia Também

Voltar