Política

"Fundão" deve destinar R$ 93,5 milhões para a campanha eleitoral de MS

22 JUL 2021 - 06h:28 Por Redação/EC
Bancada de MS se reúne com governador em Brasília (DF) para definir liderança do grupo no Congresso Bancada de MS se reúne com governador em Brasília (DF) para definir liderança do grupo no Congresso - Foto: Arquivo/Divulgação

Mato Grosso do Sul gastou R$ 27,9 milhões do fundo eleitoral em 2018 e, se acompanhar o aumento já aprovado no Congresso, o valor pode chegar a marca de R$ 93,5 milhões em 2022. O "Fundão", que reúne dinheiro público destinado a campanha eleitoral no país e que já foi aprovado pelos parlamentares para o ano que vem é de R$ 5,7 bilhões, valor 235% superior aos R$ 1,7 bilhão de 2018.

O levantamento feito pela reportagem do Campo Grande News leva em consideração dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e projeções proporcionais a elevação do (Fundo Especial de Financiamento de Campanha), que foi usado pela primeira vez em 2016.

Além disso, a conta leva em consideração apenas registros de saída de recursos, sem considerar dinheiro transferidos entre candidatos e partidos - o que elevaria o valor para R$ 36,6 milhões na última eleição geral realizada no Estado.

Criado para substituir o financiamento privado de campanha, hoje proibido, o FEFC é um fundo público que usa recursos do orçamento do Governo Federal - ou seja, dinheiro oriundo de impostos e outras receitas governamentais - que devem ser distribuídos tanto nas eleições gerais como nas municipais.

Na votação que aprovou a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) federal, o deputados federais e senadores, os principais beneficiados com a cota pública, aprovaram o aumento de R$ 2 bilhões - valor que vigorou em 2020 - para R$ 5,7 bilhões. Contudo, o dispositivo ainda pode ser vetado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Campanha gorda - Ao todo, as despesas de campanha pagas no ano de 2018 em Mato Grosso do Sul somaram R$ 61,7 milhões, sendo R$ 50,6 milhões ao desconsiderar as transferências entre partidos e candidatos. Vale lembrar que ainda há o financiamento individual, feito por pessoas físicas que doam para as campanhas.

A disputa por uma das 24 vagas na Assembleia Legislativa gerou despesas de R$ 18,6 milhões, sendo R$ 7,9 milhões destes oriundos do Fundão. Se levado em consideração também o fundo partidário, a campanha para deputado estadual movimentou R$ 9,5 milhões em recursos públicos em Mato Grosso do Sul em 2018.

Já a disputa por uma das oito vagas sul-mato-grossenses na Câmara Federal custou R$ 13,9 milhões para os cofres públicos, sendo R$ 10,6 milhões do fundo eleitoral. Somando os recursos privados de doações de pessoa física, a campanha dos candidatos a deputado federal no Estado ficou em R$ 16,1 milhões.

Em 2018, Mato Grosso do Sul teve duas vagas abertas no Senado em disputa nas eleições. A corrida por uma dessas cadeiras fez com que R$ 2,3 milhões do Fundão fossem usados de um total de R$ 4,2 milhões investidos em campanha.

Por fim, a disputa pelo Governo levantou R$ 10,6 milhões, sendo R$ 8,9 milhões em recursos públicos e R$ 6,6 milhões do fundo eleitoral - em 2022, apenas o valor disponível pelo Fundão pode chegar a marca de R$ 22,1 milhões.

Os aumentos são altos também para as campanhas para as demais vagas, proporcionalmente: R$ 26,4 milhões para os candidatos a deputado estadual, R$ 35,51 milhões para candidatos a deputado federal e R$ 7,7 milhões para candidatura ao Senado.

Comparativo -  O montante é considerável e, com ele, seria possível realizar vários investimentos públicos. Se considerarmos o valor médio de R$ 17 para cada dose produzida pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) do imunizante Astrazeneca, seria possível comprar 5,5 milhões de doses, suficiente para imunizar todo o Estado.

Já no caso da vacina Coronavac, com os R$ 93,5 milhões é possível adquirir 1,7 milhão de doses - se considerar o preço de R$ 53 por cada uma delas. No caso do imunizante Pfizer, seriam 1,5 milhão de doses - saindo a R$ 62 cada uma. Custos de transporte, aplicação e logística não foram somados aos valores acima. 

Campo Grande News - Nyelder Rodrigues 

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