Vitor Ananias, de 25 anos, foi preso em flagrante na noite deste sábado (9), suspeito de atropelar e matar sua companheira, Letícia Ferreira Araújo, da mesma idade, em Cassilândia, a 419 quilômetros de Campo Grande. O caso é investigado pela Polícia Civil como feminicídio.
A reportagem apurou que a jovem tentou ligar para o 190, número da Polícia Militar, porém a ligação caiu e os militares não conseguiram endereço nem dados da vítima. Minutos depois, um vizinho ligou informando que houve o atropelamento.
Conforme divulgado pela Polícia Civil, equipes da Polícia Militar foram acionadas após denúncia de uma discussão entre o casal. Ao chegarem no local, Letícia já estava morta, após ser atingida por um Volkswagen Gol, que bateu contra o muro de uma residência logo depois.
De acordo com a polícia, não havia marcas de frenagem na pista, o que reforça a suspeita de que o atropelamento tenha sido intencional. O suspeito foi encontrado na casa onde morava, próxima ao local do crime, e recebeu voz de prisão.
Uma testemunha relatou aos policiais ter presenciado a ação, descrevendo a dinâmica compatível com os danos no veículo. Imagens de câmeras de segurança da região registraram o momento e devem ajudar a esclarecer o caso.
A perícia realizou levantamentos no local e o delegado responsável, Igor Duarte Sousa, representou pela prisão preventiva do suspeito, que permanece detido à disposição da Justiça.
Este é o segundo caso de feminicídio no município em 2025 e o 22º em Mato Grosso do Sul.
Agosto Lilás - Em pleno Agosto Lilás, mês dedicado ao combate à violência doméstica, a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul divulgou um caso que mostra como códigos e sinais podem salvar vidas.
Uma mulher ligou para o Copom (Centro de Operações da PM), em Campo Grande, pedindo "dipirona", palavra usada como disfarce para pedir socorro. O atendente percebeu que não se tratava de um pedido de remédio, mas de uma denúncia velada de agressão, e iniciou perguntas para confirmar a situação. Ao perguntar sobre "a dosagem", metáfora para a intensidade da violência, ouviu que era "30 miligramas", indicando alto risco.
Uma equipe foi enviada ao local e conseguiu retirar a vítima de casa em segurança. Dias depois, a mesma mulher ligou novamente para agradecer o atendimento rápido e eficaz. O caso, registrado no início deste ano, teve a identidade da vítima preservada para evitar nova exposição.
A divulgação faz parte das ações da campanha Agosto Lilás e reforça que sinais discretos, como códigos verbais, gestos de mão ou o uso de batom vermelho, podem ser usados por mulheres para pedir ajuda sem alertar o agressor.
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