Polícia

PF mira servidores por esquema de grilagem no Pantanal em MS

Operação Prometeu apura fraude na regularização de terras em Corumbá e pede bloqueio de R$ 212 milhões

7 OUT 2025 - 10h:16 Por Redação/WK
Policial federal durante diligência em Corumbá. Foto: Divulgação/PF Policial federal durante diligência em Corumbá. Foto: Divulgação/PF

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (7), a segunda fase da Operação Prometeu, que investiga um esquema de ocupação e exploração ilegal de terras da União no Pantanal. O grupo criminoso, segundo a PF, utilizava servidores públicos para regularizar de forma fraudulenta áreas invadidas em Corumbá, a 428 quilômetros de Campo Grande.

As apurações apontam que funcionários do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e de um órgão municipal emitiam documentos falsos para legalizar as áreas, mediante pagamento. Com base nas provas reunidas, a AGU (Advocacia-Geral da União) pediu o bloqueio de R$ 212 milhões dos investigados e cobra R$ 725 milhões em indenização por danos ambientais e patrimoniais.

Os suspeitos podem responder por crimes de incêndio, desmatamento, grilagem, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, além de associação criminosa.

Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Corumbá não há ainda informações sobre a operação. Já o Incra confirmou que um servidor foi afastado. Dois veículos, Toyotas Corolla e Hilux, foram apreendidos.

Primeira fase revelou uso do fogo para grilagem - A primeira fase da operação, deflagrada em 20 de setembro, teve como alvos empresários e fazendeiros “conhecidos na sociedade” de Corumbá. A ação apurou que as queimadas eram o primeiro passo para tomar posse de áreas públicas e transformá-las em pastagens.

Durante o cumprimento de sete mandados de busca e apreensão, a PF encontrou armas – rifle, carabina e revólver – e apreendeu documentos, celulares e computadores. As pessoas presas em flagrante foram liberadas após pagamento de fiança.

As investigações mostraram que uma área pública de 6,4 mil hectares vinha sendo explorada para criação de gado. O grupo chegou a negociar cerca de sete mil cabeças. A perícia da PF estimou o dano ambiental em R$ 220 milhões.

A operação foi batizada de Prometeu em alusão ao personagem da mitologia grega que roubou o fogo dos deuses e o entregou aos homens, sendo depois castigado por Zeus. O nome simboliza o uso indevido do fogo como instrumento de destruição no Pantanal.

CGNEWS

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