Economia

Mãe diz que filho morreu com fome por vergonha de pedir comida

Tio e sobrinho foram pegos furtando carne e funcionários do atacarejo entregaram os dois para traficantes

3 MAI 2021 - 12h:23 Por Redação/ Talyta Rodrigues
Mãe e avó de mortos por traficantes está revoltada Mãe e avó de mortos por traficantes está revoltada - Crédito: Diego Barreto / G1 BA

A dona de casa Dionésia Pereira Barros mãe de Bruno Barros, de 29 anos, e o avó de Yan Barros, de 19 anos, que foram assassinados após serem torturados por traficantes está revoltada.

“Matar meu filho, o que foi que meu filho fez? Meu filho morreu com fome porque não teve coragem de me pedir comida, ele não morava comigo, não. As meninas estão aí de testemunha. 'Tia, estou com fome'. 'Vai pedir a sua mãe'. Porque ele não era de comer assim, sabe?", contou a dona de casa.

Segundo o G1, a família de Bruno e Yan conta que os dois foram entregues por seguranças do supermercado Atakarejo para traficantes após serem flagrados roubando quatro pacotes de carne. Uma testemunha, que presenciou o fato, contou à TV Bahia, que viu a dupla ser entregue a homens armados no estacionamento do estabelecimento.

“Eu estou passando muito mal, mas eu vou falar. Eu quero perguntar a eles, minha filha, se eles viram alguma escopeta lá junto daquelas carnes. Eu sei que meus filhos erraram, mas eles não eram Deus para entregar meu filho para morte. O segurança do mercado deu meu filho para a morte, deu de bandeja para o Satanás”, disse Dionésia Barros.

A família dos dois homens relata que um deles enviou áudios pedindo dinheiro para pagar carnes que eles teriam furtado de um supermercado. Com o dinheiro, ele pagaria os quatro pacotes de carne de charque que, juntos, custavam R$ 755,60. No supermercado Atakarejo, onde ocorreu o caso, cada pacote com 5 kg custa R$ 188,90.

Dionésia conta que Bruno, que também foi morto, enviou áudios a uma amiga informando o que tinha acontecido e pedindo ajuda para não ser entregue aos traficantes do Nordeste de Amaralina.

Por meio de nota, o Atakarejo informou que é cumpridor da legislação vigente, e atua rigorosamente comprometido com a obediência às normas legais, e que não compactua com qualquer ato em desacordo com a lei.

Rayane Santa Cruz - Top Mídia News

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