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Após vencer depressão e superar longa espera, mãe vê na adoção realização de sonho: 'meu raio de sol'

Nesta quinta-feira, é celebrado o Dia Nacional da Adoção. Data marca a conscientização do acolhimento familiar no Brasil.

25 MAI 2023 - 17h:31 Por Redação/EC
Dia Rodrigo e Meggie foram buscar Pedro Henrique para viver com eles. Dia Rodrigo e Meggie foram buscar Pedro Henrique para viver com eles. - Foto: Arquivo Pessoal

Dois anos depois que se casou, em 2015, Meggie Pasquoto recebeu a notícia "mais difícil da vida": a de que não poderia gerar um bebê. Após, a professora desenvolveu depressão e transtorno de ansiedade. Depois de seis anos, a felicidade renasceu. Meggie adotou Pedro Henrique e, ao contrário do que tinha ouvido dos médicos, provou que poderia sim, ser mãe.

Nesta quinta-feira (25) é celebrado o Dia Nacional da Adoção, oficializada através da Lei nº 10.447, de 9 de maio de 2002. O objetivo é promover debates sobre o direito da convivência familiar e comunitária com dignidade, um dos princípios mais importantes do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). 

"Depois que eu Rodrigo casou, a gente decidiu ter um filho. Ai parei com o anticoncepcional e começamos a tentar e não vinham bebê. Fomos investigar e aí descobri que tinha endometriose, trompas destruídas e não poderia e engravidar", relatou Meggie.

Ela começou a fazer tratamento para realizar o sonho de engravidar, ao mesmo tempo que fazia faculdade de Pedagogia. Entre as aulas, ela conheceu um professor que tinha adotado e outra professora que queria adotar, e os dois a indicaram para um grupo de apoio de adoção em Campo Grande (MS). 

"Eu e o Rodrigo começamos a frequentar esse grupo que a fomos amadurecendo a ideia de adoção. O Rodrigo sempre quis adotar, né? E aí fomos amadurecer a ideia de adoção e aí começamos todo o processo", explicou. 

A professora e o marido, Rodrigo Batista, começaram a fazer um curso oferecido pelo grupo e entregaram os documentos exigidos para a adoção. Eles passaram pela visita da assistência social e também por testes psicológicos. 

"Aí fomos preparando na nossa casa. Nesse tempo, o nosso filho já existia pra gente, né? Porque a gente já sabia que ele viria e ele já fazia parte da nossa vida. Era como se a gente tivesse gestante", completou.

Contudo, em 2020, o mundo passou pela pandemia da covid-19 e todo o processo de adoção ficou mais de seis meses pausado. "Cada movimentação era um susto, um misto de alegria e medo". 

No dia 15 de dezembro de 2021 os dois foram oficialmente habilitados como pais adotivos, mas no dia 17, outro baque para a família: o Judiciário entrou em recesso e mais uma vez o processo parou. 

Por fim, no dia 14 de fevereiro de 2022 eles foram incluídos na fila do Cadastro Nacional de Adoção e em 17 de março, eles receberam a ligação que esperaram por tanto tempo. 

"Meu sonho se tornou realidade. Pedro Henrique chegou para completar nossa família, meu raio de sol. É a coisa mais maravilhosa do mundo. É mais do que a gente imaginava, mais do que a gente sonhava, a gente não imagina mais a vida sem ele. Na verdade, a gente nem lembra mais como que era vida sem ele".

Faz pouco mais de um ano que a família se reuniu. Meggie conta que a adaptação foi boa e o bebê de 8 meses não os estranhou. "Criar uma criança é muita responsabilidade, mas é maravilhoso, é nossa realização como pais e hoje a nossa família está completa", finalizou. 

Conflito 

No banco de dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), existem 232 pessoas interessadas em acolher uma criança em Mato Grosso do Sul, e 113 em busca de uma família. 

Maior parcela das crianças têm mais de 10 anos, mas é o perfil menos procurado pelos adultos do estado, que preferem acolher quem têm até 6 anos. 

Em todo Brasil, são 4.386 pessoas procurando um lar, contra 34.012 pretendentes disponíveis. Novamente, a conta não fecha: a maioria das crianças são mais velhas do que os futuros pais estão dispostos a acolher.

Quando esses jovens ficam mais velhos e completam 18 anos, precisam deixar os abrigos e viver por conta própria. 

Para tentar mudar este cenário, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) explica que sistemas de busca ativa têm sido usados. Com regras rígidas para garantir a segurança dos participantes, ferramentas permitem que os pretendentes vejam vídeos, fotos e tenham informações sobre os meninos e meninas aptos à adoção. 

Atualmente, há mais de 31,8 mil crianças acolhidas no país. Até maio deste ano, mais de 34 mil pretendentes estavam habilitados, segundo dados do SNA. Desde 2019, mais de 15,5 mil crianças foram adotadas pelo Sistema. Outras 5.445 estão em processo de adoção.

g1 MS

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