No frio, população carente sofre com a falta de agasalho

Clima típico de inverno faz famílias carentes buscarem ajuda para se aquecer - Foto: Gerson Oliveira

Na sexta-feira (07),  as temperaturas baixaram em Campo Grande e a Capital registrou a noite mais fria do ano. Os termômetros chegaram a marcar 15ºC na madrugada, de acordo com o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima.

O frio chegou ainda na manhã de quinta-feira (06), quando o dia começou com uma forte névoa úmida e começou a apresentar queda nas temperaturas. 

Com a baixa temperatura, muitos grupos se juntam para arrecadar agasalho e distribuir para a população carente, que sofre sem o agasalho. 

Com um filho pequeno, Izelia Aparecida, 24 anos, diz que o período de estiagem é difícil sem doações. 

A dona de casa conta que pede ajuda, mas que ela nem sempre aparece. “Eles não ajudam pessoas casadas, eles só ajudam solteiros. Eu só cuido da casa, meu marido, que trabalha com uns ‘bicos’ de pedreiro para conseguir trazer o alimento da casa”.

Izelia disse que nem se lembra qual foi a última vez que recebeu um agasalho, e que se vira com o que tem.

Sem receber o auxílio emergencial, distribuído pelo Governo, ela ainda conta que tem passado por várias dificuldades, dentre elas a falta de alimento. 

Na casa simples, o armário da dona de casa é a geladeira, que parou de funcionar e agora sustenta o pouco alimento que não precisa ser refrigerado. 

O filho de sete anos está sem ir para a escola, de acordo com ela “isso também é difícil”, e o marido conseguiu um trabalho para o fim de semana, mas “não é todo dia, às vezes ele fica em casa”. 

Na mesma rua do Jardim Noroeste, a vizinha da frente também reclama do frio e da dificuldade que vem com ele. “Tem muita gente que precisa aqui na comunidade, tem até algumas pessoas que fazem doação às vezes, principalmente de cesta-básica, mas não é sempre”, comenta  a autônoma Elaine Gonçalves Castro, 44 anos. 

Beatriz Magalhães - Correio do Estado MS