Polícia

Pecuarista mata vizinho a tiros em MS, "desova" corpo da cena do crime e foge

Autor foi identificado como Paulo Afonso de Lima Lange, dono de fazenda e de loja veterinária em Dourados

11 JUL 2025 - 09h:17 Por Redação/VS
O pecuarista rural Volnei Kommers Beutinger, morto a tiros pelo vizinho, em Dourados. Foto: Reprodução O pecuarista rural Volnei Kommers Beutinger, morto a tiros pelo vizinho, em Dourados. Foto: Reprodução

Briga entre dois fazendeiros terminou em assassinato na manhã desta quinta-feira (10) no distrito de Itahum, município de Dourados. O pecuarista e empresário Paulo Afonso de Lima Lange, 66 anos, é acusado de assassinar a tiros o vizinho, Volnei Kommers Beutinger, 52 anos,  médico veterinário e também dono de propriedade rural no mesmo distrito.

De acordo com as primeiras informações sobre o caso, o crime ocorreu na propriedade de Paulo Lange, na margem da MS-468, a cerca de 70 km do centro de Dourados.

Volnei Kommers Beutinger teria ido até a propriedade de Paulo para procurar um boi que havia escapado de sua área e entrado nas terras do vizinho. Há relatos de que os dois já possuíam desavenças. Paulo também é dono de loja de produtos veterinários localizada na Avenida Joaquim Teixeira Alves, centro de Dourados.

Quando chegou à sede da fazenda de Paulo Lange, Volnei teria discutido com o filho do fazendeiro e os dois entraram em luta corporal. Armado, Paulo disparou vários tiros na direção do vizinho. Um deles acertou o lado esquerdo do peito de Volnei, que morreu no ato.

Conforme informações ainda apuradas pela polícia, Paulo Lange teria mandado o funcionário que acompanhava Volnei retirar o corpo do local. Como o empregado se negou a cumprir a ordem, o próprio fazendeiro teria arrastado a vítima até sua caminhonete e levado até a propriedade de Volnei.

Após deixar o corpo na casa do desafeto, ele fugiu e está sendo procurado pela polícia.  O local onde ocorreu o crime fica a menos de 60 km do território paraguaio.

Escravidão Em abril de 2013, fiscalização conjunta do MPT (Ministério Público do Trabalho), da Polícia Federal e Ministério do Trabalho e Emprego flagrou um trabalhador submetido a condições semelhantes à escravidão na fazenda de Paulo Lange.

O homem de 49 anos de idade era o único empregado da fazenda e tomava conta da criação de gado e de cavalo crioulo. Por nove anos, trabalhou das 5h da madrugada até 21h, inclusive aos domingos e feriados.

Mesmo com carteira registrada, o empregado relatou que não recebia salário regularmente, não havia equipamentos de proteção individual e morava em casa precária, sem água potável, alimentando-se apenas de arroz, macarrão instantâneo e carne de animais abatidos por ele na fazenda. O açude usado para matar a sede dos animais era onde o trabalhador tomava banho e coletava água para beber e cozinhar.

Quase dez anos depois, em 4 de outubro de 2022, Paulo Lange foi condenado pelo juiz federal Fabio Fischer a quatro anos e quatro meses de reclusão em regime semiaberto por crimes contra a liberdade pessoal (condição análoga à de escravo).

CGNEWS

Deixe seu Comentário

Leia Também

Voltar