Eleição da Câmara: O assunto está morto, mas não enterrado
A pauta é velha, mas movimentou os bastidores da Câmara Legislativa coxinense nos últimos dias. No início do ano, eu já havia tratado do assunto num artigo para o Diário X. Na ocasião, a antecipação da eleição da mesa diretora foi prontamente negada pelos vereadores defensores desse intento. Mas, o standy by não durou muito e voltou à baila nas últimas sessões legislativas da Casa.
A votação apertada em torno dessa pauta dá indícios de uma cisão política até então tratada cuidadosamente para não deixar transparecer à população coxinense as reais intenções dos nobres edis.
À medida que a temperatura foi subindo já não havia mais como ocultar que a antecipação da eleição da mesa diretora sempre compôs uma espécie de "pauta paralela", de articulações de bastidores e de gabinetes à portas fechadas. Foi o que bastou para que dois grupos se formassem dentro da Câmara Municipal de Coxim: o grupo dos que concordam e o grupo dos que discordam.
O mais curioso de todo esse imbróglio é que ambos os lados se firmam no mesmo argumento para defender seu ponto de vista: a de que tratar do assunto, mesmo sem encerrar o primeiro ano de legislatura, é absurdamente precoce. Sendo absurda ou não a votação ocorreu com a vitória dos defensores da antecipação da eleição que contou com o voto de minerva do presidente daquela Casa de Leis.
"Antecipar a eleição em um ano equivale a organizar a ceia de natal de 2022 mesmo sem encerrar o ano de 2021", declarou um interlocutor da política coxinense.
Ao que parece, o assunto está morto, mas não enterrado. Deve render ainda boas discussões. "As máscaras vão cair", declarou um vereador, certamente, nessa declaração, não se fazia referência às mascaras que protegem da Covid, mas de um vírus muito mais perigoso: o da ambição pelo poder. Pelo que se viu nas últimas sessões da Câmara, muita gente já foi contaminada.