Um lugar silencioso
Absolutamente, não estou me referindo a obra cinematográfica hollywoodiana cujo enredo narra a história de uma família que convive com o mais absoluto silêncio, do contrário monstros terríveis ceifariam-lhes a vida.
Falo de Coxim mesmo. Falo de uma administração que optou pelo silêncio. Sucessivas ondas de protestos digitais modernos, via redes sociais, se avolumam hodiernamente, mas nada se ouve do "lado de lá".
Digo do "lado de lá" porque o que dá a entender é que os administradores não pertencem a este plano. Não aparecem em público para se defenderem das acusações que lhes são imputadas. Das duas uma: ou é falta de coragem ou é falta de argumentos.
A opção pelo silêncio tornou-se o expediente de comunicação mais recorrente desde a campanha eleitoral
Não há um lugar sequer na atual gestão em que se ouve um elogio ou algo positivo. Será que estão se valendo de premissa do Direito ianque de que "tudo que você disser será usado contra si mesmo num tribunal"?
O silêncio, para muitos, pode ser também o prenúncio de que algo terrível vai acontecer, algo do tipo como o que ocorre nos roteiros de suspense. Para os mais espiritualizados o silêncio é condição primaz para se atingir um grau de elevação através da meditação.
No campo político, o silêncio não é algo singelo: é sinal de culpa no cartório
O silêncio é um desafio até mesmo para os estudiosos das humanidades - objeto de estudo recorrente, indo da linguística à psicanálise. Seja como for, o silêncio não é apenas ausência de palavras, de significados, ao seu contrário, é a multiplicidade destes.
E no caso da administração coxinense, o que é o silêncio? Como pode ser interpretado?
O curioso é que temos um gestor muito bom em oratória, na arte e artimanhas dos discursos, tanto que venceu o último pleito eleitoral em razão de sua "fala mansa", algo que poderia ser utilizado para acalmar os ânimos exaltados de cidadãos/eleitores contrariados.
Entre um trabalho e outro, fico divagando e 'matutando' a respeito da situação administrativa de Coxim
É vindoura as eleições e o aparente silêncio é falacioso, pois nos bastidores a movimentação já é grande. Enquanto os burburinhos e algaravias por detrás das cortinas se esquivam à audição os mantenedores do silêncio se enrolam nas finas malhas do cotidiano.